O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou um aumento de 40% no valor do salário mínimo, das pensões e dos salários de funcionários públicos. Este é o sétimo aumento do ano.
A medida foi uma nova tentativa para neutralizar a explosão de preços, numa economia com uma hiperinflação galopante como é a venezuelana, neste momento em 1396%.
“Anuncio o aumento de 40% do salário mínimo nacional e de todas as tabelas salariais em nível nacional, de professores, professoras, militares, policiais, médicos, médicas, funcionários públicos”, disse Maduro este domingo durante o seu discurso de fim de ano.
Maduro decretou também o aumento de quase o dobro do bónus de alimentação conhecido como “cestaticket“. O objectivo foi garantir “a protecção do direito à alimentação do povo”, explicou Maduro.
O aumento decretado eleva o salário mínimo dos venezuelanos de 177.507 para 248.510 bolívares – de 13,50 para 19,00 euros à taxa oficial Dicom. Por outro lado, o subsídio de alimentação passa de 279.000 bolívares para 549.000 bolívares, para um salário integral total, incluindo os subsídios, de 797.510 bolívares – cerca de 60 euros.
Com o aumento, a pensão, somada ao chamado “bónus de guerra económica”, o instrumento com o qual o chavismo tenta atenuar os efeitos de uma crise que atribui aos “especuladores” internos e aos EUA, os reformados receberão por mês 347.914 bolívares, cerca de 26 euros ao câmbio oficial.
A medida foi recebida com críticas por vários economistas.
“É chover no molhado, mas também é preciso dizer sempre isto: uma política de aumento de salário mínimo unilateral partindo do Executivo e com ausência de uma política para reduzir a inflação só agrava o problema“, escreveu no Twitter Asdrúbal Oliveros, director da consultora venezuelana Ecoanalítica.
Nos últimos 12 meses o Presidente da Venezuela aumentou seis vezes o salário mínimo dos venezuelanos, a primeira das quais em janeiro (50%), seguindo-se maio (60%), julho (50%), setembro (40%) e a 1 de novembro (30%).
O aumento do salário tem lugar depois de protestos em várias cidades do país pelos altos preços dos produtos e pela falta de produtos que seriam vendidos à população a preços subsidiados pelo Estado.
Entre outubro e dezembro de 2017 triplicaram os preços de venda dos produtos. Segundo a imprensa local a inflação não oficial de 2017 é superior a 2.000%, num país onde escasseiam os bens essenciais e a qualidade dos serviços degradou-se nos últimos tempos.
Na Venezuela, meio quilograma de massa custa à volta de 96.000 bolívares (7,30 euros), um quilograma de açúcar 130.000 bs (9,88 euros), um quilograma de queijo amarelo 600.000 bs (45,63 euros) e um pão 16.000 bs (1,21 euros).
// Agência Brasil / Lusa
Agora da pra comprar um rolo de papel higiênico
Com a inflação a rondar os 2000% em 2017, 40% nem dão para tapar a cova de um dente….