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Madonna paga 720 euros por mês para estacionar mais 12 carros do que o permitido

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madonna.com

A Câmara Municipal de Lisboa divulgou o contrato assinado com Madonna a 4 de Janeiro deste ano, com vista à cedência do logradouro do Palácio Pombal para estacionamento. A cantora paga 720 euros mensais para estacionar 15 viaturas, “mais 12 do que o máximo permitido a qualquer morador na cidade”.

Este dado é avançado pelo Jornal de Notícias que salienta que a autarquia cedeu a Madonna um terreno nas traseiras do Palácio Pombal, enquanto decorrem as obras no Palácio Ramalhete, para onde a cantora deverá mudar-se.

O JN escreve que a cantora “está a pagar mais de estacionamento do que os restantes residentes na zona das Janelas Verdes”, mas que também tem lugar para “mais 12 carros do que o máximo permitido a qualquer morador na cidade”.

A Câmara de Lisboa divulgou, esta segunda-feira, o contrato de cedência da utilização do espaço municipal a Madonna que data de 4 de Janeiro e é assinado pelo Director Municipal de Gestão Patrimonial, António Furtado.

O acordo aponta que o município de Lisboa cede “estacionamento na zona de logradouro do Palácio Pombal, sito na Rua das Janelas Verdes, números 35 a 41”, por 720 euros por mês, sendo que não é autorizado, porém, o acesso ao interior do imóvel.

O documento também justifica a cedência com a necessidade de “adoptar medidas que possam evitar estacionamento abusivo/desordenado na Rua das Janelas Verdes”.

“O objetivo do acordo é evitar perturbações e transtornos no trânsito local, numa artéria estreita, mas bastante movimentada, que a entrada e saída de veículos das obras em vários prédios certamente traria para a zona – numa prática similar a vários outros contratos celebrados pelo município”, aponta, entretanto, a autarquia numa nota citada pela agência Lusa.

Quanto ao valor pago por Madonna, de 720 euros por mês, “resulta da aplicação prevista na Tabela de Preços e outras Receitas Municipais, aprovada pela Assembleia Municipal e às quais a Câmara está vinculada, que é usada para calcular o valor a cobrar em todos os contratos similares”, frisa a mesma nota.

Medina escondeu acordo dos vereadores

Entretanto, o vereador do CDS na Câmara de Lisboa, João Gonçalves Pereira, acusa Fernando Medina de ter escondido o contrato feito com Madonna, em declarações à TSF.

“Toda a gente percebeu a trapalhada como a Câmara Municipal de Lisboa, e em particular o senhor presidente da CML, geriu todo este processo”, lamenta o centrista, frisando que “há questões de forma e jurídica que não estão claras”.

“Isto diz bem a forma como Fernando Medina geriu todo este processo, escondendo da Câmara, dos vereadores, do escrutínio, e numa matéria que até pode ser delicada, mas que implicava a discussão política no órgão camarário”, atira ainda o vereador, referindo que vai enviar “um pedido de informação escrita a questionar a CM” sobre o processo.

O vereador João Pedro Costa (PSD) também adiantou que vai questionar o executivo sobre o assunto.

“Vínculo precário pode terminar a qualquer momento”

No contrato divulgado pela Câmara, aponta-se que “o Palácio Pombal está de momento desocupado e está dotado de um espaço interior que sempre tem vindo a ser utilizado para estacionamento”. Na altura da cedência do espaço a Madonna, a Câmara salientava “não ser previsível” vir a “necessitar no curto prazo do espaço em causa”, refere ainda o documento.

Na nota divulgada à imprensa, a autarquia também refere que “não tem condições para tornar o espaço em apreço num parque de estacionamento definitivo, daí o vínculo precário da cedência que pode ser terminado a qualquer momento”.

Isto porque o município diz “encontrar-se em negociações com a República de Timor Leste para que o Palácio Pombal possa vir a ser o espaço da futura embaixada deste país”.

O auto de cedência de utilização a título precário de espaço municipal não refere data de início nem data de término, “podendo cessar a qualquer momento que o município assim pretenda e nunca perdurando para lá do momento em que os particulares concluam as obras”.

É também mencionado que o acordo foi “superiormente autorizado”, não especificando por quem.

A nota acrescenta que “esta cedência está titulada por um contrato oneroso de cedência de utilização similar a dezenas de contratos efectuados pela autarquia” e que o “mesmo espaço foi usado até Dezembro de 2017, com um contrato similar, pelo Instituto José de Figueiredo” – instituição pública na área do património cultural.

ZAP // Lusa

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10 Comments

  1. Não vejo qual a questão com este tema, vejo sim mais uma vez, o aproveitamento politico de tudo o que é oposição!
    Existe um contrato precário que não vincula em nada a CM, podendo a mesma terminar a cedência a qualquer momento.
    Há uma ação de charme para uma figura publica que de alguma forma ajuda a divulgar o nome de Portugal e Lisboa junto de outros países, a CM encaixa cerca de 700€ por mês com a cedência, sem ter de fazer quaisquer obras no espaço.
    Evita que esses 15 veículos ocupem o espaço publico que poderia causar transtornos a quem necessitaria de estacionar nesses lugares, nomeadamente os moradores(como eu) e visitantes da zona.
    Evita embaraços no transito numa zona com algumas movimentações de obras e espaços condicionados.

    Em relação ao facto dos vereadores da oposição não terem sido informados, gostava de saber se os mesmos são informados sempre que existe um contrato de concessão de espaço publico a vendedores ambulantes ou por exemplo a veículos publicitários nos passeios, etc etc…
    Obviamente que não têm de ser informados, até porque é uma questão meramente administrativa. Claro que agora vomitam estas postas de pescada porque têm uma agenda politica e convém fazer este filme todo!
    Sinceramente como morador de Lisboa que sou e moro até relativamente perto das janelas verdes, não vejo qualquer inconveniente nesta cedência, para mim é uma questão de WIN-WIN, todos ganham!

    • Quanto mais se baixar mais a “cuequinha” lhe vai aparecer!…
      Sinceramente os ganhos com gente como a Madona não chegam a pobre, ficam-se por outros paradeiros!
      Estamos fartos de operações de charme e divulgações de Portugal pelo estrangeiro e isso só nos trás mais desgraça. Veja os idosos que andam a ser despejados, só porque Lisboa está na moda e há que escorraçar os velhos -que se queixam do desassossego que o turismo nocturno causa- para receber chorudas receitas dos estrangeiros que querem comprar ou alugar.
      Isso, tente justificar o injustificável e tape o sol com uma peneira.
      Se fosse um executivo do PSD ou CDS faria o mesmo, portanto se querem aproveitamento político estão a mostrar bem o que são. O mesmo faria o PS se fosse oposição.
      Uma coisa é certa… O cidadão comum em nada ganha com isto e antes pelo contrário, só tem a perder. Futuramente até você pode ser escorraçada da sua casa porque alegando interesse público pôem-na na rua, a sua habitação serve para alugar ou vender a estrangeiros.

  2. E vem para aí esta velha labrega que canta mal como o carvalho e nós temos de aceitar tudo e mais alguma coisa. Eu por mim dava-lhe uma enxada e mandava-a para a Comporta ajudar a cavar alguma coisa.

  3. Eu tentei explicar a mim mesmo, como se eu fosse uma pessoa inteligente e capaz de certas explicações, o preço do aparcamento em Lisboa e fiz estas contas:
    720 euros : (a dividir por) 30 dias = (é igual a) 24 euros por dia
    Partindo do princípio que os lugares estão disponíveis 24 horas por dia:
    24 euros por dia : (a dividir por) 24 horas = (é igual a) 1 euro por hora
    1 EURO POR HORA PARA TER 15 CARROS ESTACIONADOS NUM TERRENO DO POVO DE LISBOA????
    1 euro : (a dividir por) 15 carros = (é igual a) 0.07 euros por carro em cada hora.
    Que pena eu tenho por não morar em Lisboa, com aparcamento tão barato não consigo imaginar como é que a EMEL tem razões para passar multas.
    Não será hora do POVO de Lisboa se revoltar contra estes abusos?
    Não tenho nada contra a senhora Madonna, tenho, isso sim, contra este bando de políticos-abutres que não se cansam de nos atirar areia para os olhos e já deixaram há muito de merecer o nosso respeito.

    • O caro amigo começou logo mal “…Eu tentei explicar a mim mesmo, como se eu fosse uma pessoa inteligente e capaz de certas explicações…”
      Os dois pressupostos estão desde logo errados.
      Não se ponha em bicos dos pés e admita que não passa de um bruto sem qualquer pensamento lógico.

      • Excelentíssimo Brutus The man
        Eu já sabia que comecei mal, aliás, começo sempre mal; por isso avisei no início que não sou uma pessoa inteligente e incapaz de dar certas explicações.
        Como bem diz “os dois pressupostos estão errados” mas, apesar de errados, não estão escondidos em frases bonitas e mal explicadas.
        Em três pequenos parágrafos que escreveu, até hoje, nunca tive a felicidade de comunicar com alguém que dissesse tanta coisa certa em tão curtas frases e admito a brutalidade e a falta de lógica no meu pensamento. Paciência nem todos podemos ser um sopro da sapiência à face da Terra.
        Agora que analisei o que disse de mim, parágrafo a parágrafo, espero que continue paciência para ler as minhas reinterpretações do seu texto.
        Se o senhor Brutus The man conseguisse juntar as palavras, raciocinar e compreender o sentido da minha primeira frase, saberia o quanto lhe agradeço a sua conclusão quando diz “Os dois pressupostos estão desde logo errados”. Pois estão porque inteligência é coisa que nunca me faltou e saber o que digo para poder explicar o que penso sempre foi uma das minhas preocupações.
        Quanto à falta de lógica no meu pensamento, se procurar nos sites (páginas da internet) da TVI24, verá que eles chegaram à conclusão que a senhora Madonna paga € 1,20 por carro, por dia. Não sei como chegaram eles a essa conclusão, mas todos sabemos como são fracos os jornalistas portugueses. Quando queremos saber coisas com lógica, com verdade, com rigor, devemos sempre procurar quem tem nomes estrangeiros.
        Agora eu:
        Realmente pus-me e ponho sempre em bicos de pé porque tenho o direito de fazer o que eu quiser desde que não interfira com as liberdades e dignidades das outras pessoas e desde que respeite as suas formas de encararem a vida. Não me escondo atrás de um pseudónimo (o seu foi muito bem escolhido) qualquer para bolsar umas bacoradas sem ter a preocupação de as explicar. O nome que uso para lhe responder, é o nome que carrego comigo há mais de 50 anos.
        Quanto a eu ser um “bruto”, vá lá, não escreva a ninguém virado para um espelho.
        Na história só conheci dois “Brutus” que fazem parte da história de muitas gerações e nenhum desses “Brutus” brilhava em questões de inteligência. O primeiro Brutus, filho de Júlio César, era tão inteligente que levado por outros na ganância do Poder, matou o próprio pai. O segundo “Brutus” era o brutamontes adversário do Popeye que, como sabe, nunca levou a melhor sobre o herói das aventuras e nunca conquistou a Olívia.
        Quanto ao terceiro “Brutus” que tenho o desprazer de tomar conhecimento da sua existência, não foge à linhagem dos seus antecessores e eu só tenho para dizer “Até tu, Brutus The man?”
        Da próxima vez que escrever assim, assine como “Brutus The estupidus”. Cai-lhe como uma luva.
        Passe um bom dia e se não perceber alguma coisa pode sempre pedir para que eu lhe explique, pois sei tudo o que disse.

    • Esqueceu-se de dizer que os moradores têm direito a estacionamento gratuito para um numero limitado de carros por agregado familiar, e que sendo a tipa moradora está a abdicar desse direito e a pagar por um espaço que é cobrado ao preço de tabela, tal como é/foi cobrado noutras circunstancias.
      Os preços são tabelados e foi cobrado com base em valores legais!
      Se os preços são baixos, isso já é outra questão, mas depois tinha os senhores dos restaurantes que pagam por ocupação da via publica e os tipos dos quiosques a fazer manifestações porque os preços eram exorbitantes.

      • Obrigado pelo seu reparo e pela sua resposta, Ana Isabel.
        Eu creio não ter esquecido de mencionar o direito de estacionamento gratuito dos lisboetas porque esse estacionamento é feito na via pública e quem chegar primeiro tem, quem chegar depois terá ou não.
        Mas, sendo que há um número limite de carros por agregado familiar e, segundo a notícia, a senhora Madonna tem 12 carros a mais; para não estar a refazer as contas, dará cerca de 10 cêntimos por hora por cada carro num espaço privado.
        Aqui no Porto, se me levarem a 20 cêntimos por hora num parque, eu prometo que deixo outros 20 de bom grado.
        Quanto às esplanadas e quiosques, não sei como é aí em Lisboa, mas garanto-lhe que no Porto não são preços a brincar.

  4. Já me fizeram andar a ler…logo de manha..bolas.
    Se esta afirmação é correcta: “…mais 12 carros do que o máximo permitido a qualquer morador na cidade…”, assumo que a Sra Madonna, está a ser beneficiada. Caso contrário esses tais carros teriam de ser estacionados em outro sitio, provavelmente bem longe.
    E é tudo por hoje!

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