Macron preocupado com distúrbios, após morte de jovem pela polícia

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A morte de um jovem, às mãos da polícia, na cidade francesa de Nanterre, tem originado distúrbios em todo o território francês. Já foram detidas, pelo menos, 150 pessoas. Macron diz que “a violência contra a República é injustificável”.

Tudo começou na manhã de terça-feira, em Nanterre, a cerca de 15 quilómetros a oeste de Paris.

Um jovem negro chamado Naël conduzia um carro sem documentos. Após ter sido mandado parar pela polícia, tentou fugir e acabou por ser morto a tiro.

O agente responsável, que se encontra detido, alegou numa primeira audiência que agiu “em legítima defesa” – uma versão desmentida por imagens de vídeo, que mostram o momento do incidente.

O caso tem vindo a provocar uma série de tumultos em toda a França, desde então. Esta madrugada, foram deitas, pelo menos, 150 pessoas.

Na noite de terça-feira, já tinham sido detidas cerca de 30 pessoas, em Nanterre, com cerca de 40 veículos incendiados e 24 polícias feridos.

O incidente também gerou uma reação política, especialmente de alguns dirigentes de esquerda, que denunciaram o grande número de mortes às mãos da polícia.

Um vídeo dos acontecimentos, registado por uma testemunha, mostra como um dos agentes apontou a arma diretamente para o jovem junto à janela do motorista enquanto o outro falava com ele do mesmo lado. Ambos os agentes foram detidos.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, convocou hoje uma unidade de crise interministerial, após mais uma noite e madrugada marcadas pela violência.

Em Nanterre, onde os confrontos foram mais violentos, “vários edifícios públicos e privados, incluindo escolas, sofreram danos significativos e inaceitáveis, por vezes irreparáveis”, afirmou a autarquia, apelando para o fim desta “espiral destrutiva”.

Os manifestantes atacaram vários veículos da polícia, esquadras e câmaras municipais, incendiaram uma escola primária e uma loja. O Governo enviou, entretanto, cerca de dois mil polícias para Nanterre.

O Presidente francês e vários membros do seu gabinete apelaram à calma e expressaram solidariedade para com a família de Nael, sublinhando que a sua morte é “inexplicável e indesculpável“.

Emmanuel Macron defendeu, no entanto, através de uma publicação nas redes sociais, que “a violência contra a República é injustificável“.

O Chefe de Estado francês, falou também antes do início da reunião do grupo interministerial de crise, e desejou que “as próximas horas” fossem de “meditação e respeito”, enquanto se organiza uma marcha em memória do jovem.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, condenou igualmente os acontecimentos da última noite, através de uma publicação na sua conta da rede social Twitter.

“Câmaras municipais, escolas e esquadras de polícia” foram “incendiadas ou atacadas”, escreveu Gérald Darmanin, frisando que a violência contra “símbolos da República” é “intolerável“.

“Vergonha daqueles que não apelaram à calma”, acrescentou o ministro.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Nanterre , un dos vários subúrbios de Paris , que bem conheço . As grandes Cidades e arredores , continuam a estar a ferro e fogo . A criminalidade de todo o tipo , é o pão nosso cada Dia que passa . Jovens ou Adultos , só tem de obedecer a uma ordem Policial de parar . Quem tem a consciência limpa , não teme e muito menos força a barragem Policial ! …… 17 Anos , carro supostamente alugado , sem carta de Condução ? …….. Perdeu a Vida estupidamente ! ….Fica a pergunta no ar “porque não obedeceu” ?????

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