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Luta contra a corrupção no futebol é “um fracasso”

wjarrettc / wikimedia

foto.  wjarrettc / wikimedia

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A luta contra a corrupção no futebol é “um fracasso” e o número de partidas manipuladas não cessa de aumentar, o que torna necessário a adoção de medidas legislativas fortes, admitiram esta terça-feira eurodeputados em Bruxelas.

“Os casos estão a aumentar”, constatou o deputado socialista belga Marc Tarabella, durante um debate organizado pelo Parlamento Europeu em Bruxelas.

Tarabella recordou que “a Europol detetou, entre 2008 e 2011, 680 jogos suspeitos na Europa”, mas, a partir do início de 2013, “200 novos casos foram identificados”.

Para o eurodeputado belga, “é mais fácil corromper os jogadores mal pagos, embora o passado demonstre que os grandes campeonatos não são poupados”.

Francesco Bavanca, um representante de um organismo que representa as sociedades de apostas (Federbet), adiantou que, “nos últimos cinco meses, foram identificadas com rigor 51 partidas de futebol com resultados combinados, duas no basquetebol, três no ténis e uma no voleibol”.

“Os números estão a aumentar constatemente. Nós estamos diante de uma urgência. É uma pandemia”, dramatizou Francesco Bavanca, antes de se manifestar convencido de que nalguns campeonatos, “como Chipre, Malta ou Uzbequistão, por exemplo, a maior parte dos jogos são manipulados”.

Os casos apontados incluem as jogos das fases preliminares de qualificação para as Ligas dos Campeões e Europa, entre equipas pouco conhecidas, estando muitas vezes envolvidas equipas dos países bálticos ou da Europa de leste.

“A luta contra a corrupção no futebol é atualmente um fracasso”, argumentou o democrata-cristão italiano Salvatore Iacolino, que convidou vários juízes especializados na matéria para ouvir as suas recomendações no sentido de um combate mais eficaz a nível europeu.

O procurador italiano Roberto Di Martino sustentou que “as penas são muito leves”, até porque “estes delitos são, muitas vezes, considerados como menores”.

“Os investigadores não contam com os mesmos meios do que aqueles que são aplicados em delitos considerados mais importantes. É preciso que os legisladores nos dêem mais meios de investigação”, defendeu.

Marc Tarabella e Iacolino querem que os Estados-Membros da União Europeia reforçem as penas para os “batoteiros” como “fator de dissuasor” e proibir os jogadores profissionais de fazerem apostas, o que não acontece presentemente em toda a Europa.

Os parlamentares lamentaram ainda a inércia da UEFA, que continua a pautar a sua ação por “declarações de intenção”.

/Lusa

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