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Luís Montenegro entra na campanha e está “disponível para o partido”

PSD / Flickr

O ex-líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro

Luís Montenegro afirmou estar “concentradíssimo” no que resta da campanha eleitoral, focado numa vitória do PSD. O ex-líder parlamentar (que abriu uma crise com Rui Rio, acabando por ficar de fora das listas) entrou na campanha este domingo, pela mão da cabeça de lista por Leiria, Margarida Balseiro Lopes.

“Estive sempre disponível para o partido. Ontem, agora, e vou continuar a estar amanhã. O PSD é um grande partido e não há nenhum ego que lhe caiba dentro do tamanho enorme que tem”, disse Luís Montenegro, presente na Feira Nacional de Artesanato, em Pombal, noticiou o Diário de Notícias (DN).

No comício estiveram Margarida Balseiro Lopes (cabeça de lista por Leiria), Diogo Mateus (presidente da Câmara), Rui Rocha (presidente da distrital, demissionário desde a constituição das listas) e Pedro Pimpão, o deputado natural de Pombal e que ficou de fora das listas nestas eleições. Lá dentro, nas Tasquinhas, já outro grupo de militantes do PSD esperava por Luís Montenegro, que chegou sozinho, já passava das 14:00.

O PSD de Leiria escolheu um ninho de vitória para este regresso de Luís Montenegro. Afinal, segundo o DN, foi naquele mesmo pavilhão (Expocentro) que já se escreveram várias páginas da história do partido, como a eleição de Luís Marques Mendes para a liderança, ou o jantar de Pedro Passos Coelho, há quatro anos.

O concelho de Pombal é um daqueles que nunca falha ao PSD no distrito de Leiria, contribuindo para grandes vitórias. Embora sem o fulgor de outros tempos – a divisão interna atingiu o partido também ali, onde a maioria não apoiou Rui Rio nas eleições para a liderança, optando então por Santana Lopes – os sociais-democratas mobilizaram-se para receber Luís Montenegro, que almoçou nas tasquinhas e visitou a Feira.

De resto, o antigo líder parlamentar do PSD vem juntar-se a uma lista de outros nomes que têm apoiado Margarida Balseiro Lopes em ações no distrito: José Manuel Martins, Salvador Malheiro, Luís Marques Mendes, Teresa Morais, Aguiar Branco, Hugo Soares e Pedro Pimpão.

Margarida Balseiro Lopes disse não querer afrontar a direção do partido. “É para mostrar que temos várias pessoas no partido altamente respeitadas e que neste momento estão disponíveis para dar o seu contributo”, justificou, enquanto preferiu chamar-lhe “bolsa de grandes personalidades”.

Luís Montenegro contou que tem alguns convites para participar em ações de campanha, ao longo da próxima semana. Está a avaliar cada um deles e a combinar com as estruturas distritais. Numa tarde em que Rui Rio fazia campanha no distrito de Coimbra, Luís Montenegro citou-o para lembrar que “as questões de foro interno não se devem tratar na praça pública muito menos a oito dias das eleições”.

De resto, afirmou que está “concentradíssimo” em poder dar o seu “humilde contributo para fortalecer o PSD”.

António Cotrim / Lusa

A deputada do PSD Margarida Balseiro Lopes, cabeça de lista por Leiria

“Estou absolutamente consciente do trabalho que ainda temos pela frente esta semana, para uma vitória eleitoral”, sublinhou, ele que aparece agora como “simples militante de base”, ao fim de uma vida como deputado na Assembleia da República. Tinha apenas 29 anos quando foi eleito a primeira vez, agora 45.

“Aquilo que cada um de nós poder fazer para fortalecer essa marca distintiva que é o PSD deve fazê-lo. E eu cumpro essa minha obrigação mesmo na circunstância apenas de militante de base”, reforçou.

E acrescentou: “O que me traz aqui é o futuro de Portugal. Estamos a oito dias de tomar uma decisão relevantíssima para o nosso futuro, que é escolher os deputados para a Assembleia da República e por via disso escolher também um novo governo. E quatro anos volvidos podemos dizer que o rei vai nu”.

“Por trás de uma pretensa ideia de sucesso que os socialistas, os comunistas e os bloquistas querem dar ao país, nós temos um Portugal a crescer menos do que a grande parte dos países da Europa, onde se pagam impostos como nunca se pagou antes, onde as pessoas esperam por uma consulta ou cirurgia como nunca esperaram antes, mesmo nos tempos da troika; onde faltam funcionários nas escolas, com muitos problemas por resolver”, disse ainda.

Luís Montenegro apareceu aos militantes de Pombal e Leiria com um discurso assertivo contra o Governo, que anda “feliz da vida a querer dizer às pessoas que vai tudo bem. E vai tudo mal, incluindo dentro do próprio Governo”.

Lamentou que a campanha eleitoral esteja “intoxicada com problemas do Governo, primeiro com o problema dentro de um gabinete tão importante como o da Proteção Civil e Administração Interna, e depois a acusação sobre um ex-ministro da Defesa, sem paralelo na nossa história democrática”.

Questionado se deve o PSD acompanhar o CDS no pedido para uma segunda comissão de inquérito no caso de Tancos, respondeu: “Nós fomos preponentes de uma comissão de inquérito; o que é lamentável é que a primeira foi desvalorizada politicamente pelos partidos que suportam o governo, e foi adulterada na procura da verdade dos factos. Não me repugna que possam fazer-se outro tipo de escrutínio, nomeadamente uma nova comissão de inquérito”.

Rematou, dizendo que “não me vou intrometer no diálogo nem no confronto político entre os líderes dos dois grandes partidos, muito menos a oito dias das eleições”. “O que me preocupa é que as pessoas olhem para o PSD e o vejam como um farol de esperança para o futuro de Portugal, para dar às pessoas mais bem-estar e mais oportunidades”, concluiu.

TP, ZAP //

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