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Até mesmo com lucros, o Novo Banco pode receber injeção de capital

José Sena Goulão / Lusa

António Ramalho, presidente do Novo Banco

Mesmo com lucros — que António Ramalho espera atingir já este ano —, o Novo Banco pode receber uma injeção de capital do Fundo de Resolução.

A venda do Novo Banco à Lone Star foi feita para evitar a liquidação e uma nacionalização de perdas. Em contrapartida, o Fundo de Resolução (FdR) ficou exposto a riscos de, pelo menos, 3,89 mil milhões de euros.

O Expresso escreve, este sábado, que o modelo criado para escrutinar a gestão tem fragilidades. Uma delas é o facto de ninguém conseguir confirmar com certeza de que a Lone Star não está, enquanto compradora, em operações de venda de carteiras de créditos ou imóveis do Novo Banco.

“Se souber que a Lone Star fez alguma compra, apresentarei a minha demissão”, afiançou o presidente do Novo Banco, António Ramalho, na audição da comissão de inquérito às perdas do banco.

Aqueles que foram ouvidos das audições defendem ainda que o Fundo de Resolução colocou dinheiro para cobrir perdas apenas dos créditos, imóveis e fundos tóxicos do banco, e não de todo o balanço.

Há decisões de gestão que são tomadas relativamente ao banco e que podem fazer diminuir a chamada de capital. O Fundo poderá ser chamado a colocar mais 100 milhões de euros em 2022, admitiu o CEO do Novo Banco.

Desta forma, mesmo com lucros, o veículo pode ser chamado a capitalizar o banco, escreve o Expresso. Isto acontece porque contam para o cálculo as perdas acumuladas desde 2016 nesses ativos tóxicos.

De Carlos Costa a Luís Máximo dos Santos, e de Mário Centeno a António Ramalho, todos consideram que tudo fizeram para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro e evitar a liquidação do banco.

Além disso, todos parecem concordar que o BES caiu devido à gestão ruinosa de Ricardo Salgado e que o Novo Banco precisava de mais dinheiro à nascença, em 2014.

Centeno e Costa também sugerem que um caso como o BES, com a criação de um banco de transição, não se deverá repetir na Europa.

ZAP //

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