Os agentes da 4.ª Divisão da PSP de Lisboa em Alcântara são premiados por tarefas não operacionais que realizam, tal como passar roupa a ferro ou organizar móveis, o que está a causar incómodo entre aqueles que estão obrigados a tarefas de maior risco.
Um agente da PSP da esquadra de Alcântara, em Lisboa, recebeu um Louvor de Mérito do comandante metropolitano, o superintendente-chefe Paulo Pereira, “pela simplicidade e voluntarismo com que abraça as várias funções que desempenha”, como dá conta o Correio da Manhã (CM). Mas por que é isto notícia? Tem tudo a ver com as funções exercidas pelo agente.
Este polícia “é responsável pela lavagem e passagem a ferro de roupa de várias divisões e serviços do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis)”, nota o CM, reportando-se ao Louvor de Mérito. As tarefas passam por cuidar das fardas para os oficiais de serviço, da roupa de cama e dos atoalhados que são usados pelos polícias que ficam de piquete e pelos detidos na prisão do Cometlis.
Outros três agentes da mesma esquadra receberam o mesmo Louvor de Mérito por “montar e desmontar gradeamentos” e pelo “levantamento de todo o mobiliário da Divisão, organizando-o e cadastrando-o”, reporta ainda o CM.
Estes louvores causam “incómodo” a outros agentes, designadamente aos que realizam serviços operacionais, onde estão sujeitos a maiores riscos, acrescenta a publicação.
O Louvor é uma distinção definida no Estatuto Disciplinar da PSP para “destacar publicamente actos importantes e dignos de relevo“, sendo concedido “individual ou colectivamente aos polícias que tenham demonstrado zelo e competência profissional excepcionais no cumprimento dos seus deveres”.
O prémio que depois tem reflexos na promoção dos agentes “pode ser simples, de mérito ou de serviços distintos”, define o mesmo Estatuto.
E assim vai Portugal….
Para alguns bem,
para os outros mal.
Se dúvidas existissem de que não é um país de brincadeira…