Com ataques da esquerda à direita, Louçã entrou na campanha do Bloco a pedir nova geringonça

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Louçã disse que negociar um acordo de legislatura “será, porventura, a maior responsabilidade da história do BE”.

Francisco Louçã entrou definitivamente na campanha do Bloco de Esquerda. O antigo líder bloquista esteve em Braga, apelou a esquerda a ser “capaz de um compromisso urgente” e exigiu que António Costa esclareça o que quer fazer caso vença as eleições.

“O PS está engolido por um mistério: qual é a sua alternativa? Quer que os eleitores escolham sem dizer o que vai escolher?”, perguntou Louçã, citado pelo Expresso.

“Este mistério está a confundir a campanha do PS. O vazio e o mistério estão a fazer desta campanha uma campanha empatada, cada dia mais”, acrescentou.

Para o Bloco, a aposta é repetir a dinâmica que puxou o PS para a esquerda há seis anos. Nas eleições 2015, o Bloco “impôs o fim da austeridade e recusou ao PS a maioria absoluta que ambicionava”, lembrou Louçã, e em 2019, os portugueses voltaram a apostar nos bloquistas.

O passo seguinte é negociar um acordo de legislatura, sugere o fundador do Bloco. “Esse compromisso será, porventura, a maior responsabilidade da história do BE”, atirou.

O gato Zé Albino voltou a servir de referência como arma de arremesso, com Louçã a dizer que a direita “disfarça-se agora com a fofura do bichano, mas na verdade as garras estão tão à mostra como nunca tinham estado”.

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, considerou um “bom sinal” que a direita fique “muito incomodada com o Bloco de Esquerda”, afirmando que o líder do PSD, Rui Rio, “aparentemente confunde algumas sondagens com os resultados eleitorais”.

Catarina Martins fez na tarde desta terça-feira uma curta arruada no centro de Barcelos, no distrito de Braga — ao qual o partido dedica hoje todo o décimo dia de campanha –, e no final foi questionada pelos jornalistas sobre as declarações de Rui Rio que, em entrevista à Rádio Renascença, avisou para a possibilidade de uma nova geringonça “com o BE ativo dentro do Governo”.

“Eu bem sei que a direita fica muito incomodada com o Bloco de Esquerda. É bom sinal. É sinal de que sabem que estamos aqui para defender uma Segurança Social pública”, afirmou, reiterando que os bloquistas não vão aceitar a “lei da selva” que a direita pretende no mercado laboral.

Para Catarina Martins, neste momento na campanha “está-se a falar do que é necessário”, ou seja, de “entendimentos para o país e da força da esquerda para que esses entendimentos sejam sobre o que conta”.

“Eu tenho ouvido o discurso do doutor Rui Rio que aparentemente confunde algumas sondagens com os resultados eleitorais. Os resultados eleitorais são feitos porque quem vai votar”, criticou.

O presidente do PSD considerou que o secretário-geral do PS, António Costa, está “na iminência de perder as eleições” legislativas e a baixar o nível da campanha, sugerindo-lhe que “perca com dignidade”.

Na perspetiva da líder bloquista, “quem vai votar no domingo vai impor uma derrota à direita”.

“E vai permitir que o Bloco de Esquerda tenha força para condicionar uma solução de Governo que responda pelo que é fundamental, que não deixe que ninguém seja esquecido, que respeite quem trabalhou toda uma vida e que dê perspetivas a quem é jovem e a quem aqui quer trabalhar”, insistiu.

O BE, segundo Catarina Martins, combaterá “o projeto de destruição da direita”, ao mesmo tempo que não deixará “que alguém seja esquecido nesta urgência que é dar condições de vida a quem trabalha e a quem trabalhou toda uma vida”.

“O que eu reparo é que a direita fala de qualquer coisa para não falar do seu programa. O que é que a direita vai fazer no dia a seguir às eleições? Não o pode dizer”, condenou.

Interrogada sobre se estaria disponível para abdicar de um contrato a quatro anos com o PS nas negociações pós-eleitorais com o PS, Catarina Martins referiu que “uma governação em ziguezague, à vista, sem direção não serve o país”.

“Eu acho que o país não abre mão desse contrato forte de governação para Portugal e é por isso que a esquerda sabe que é com o BE que conta como terceira força política para impor um contrato de Governo em Portugal que respeita quem trabalha e quem trabalhou toda uma vida”, afirmou.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Já não existia geringonça antes das eleições?? O BE e a CDU é que chumbaram o orçamento de estado e agora querem nova geringonça…..
    Houve quem comentasse, por aqui pelo zap, que o Costa queria ir para eleições. Será que o governo do Costa seria assim tão ardiloso de fazer um orçamento que á partida seria chumbado só para ir para eleições. Parece-me uma estratégia politica um pouco perigosa. Devia ser alguém do PSD que fez esse comentário :-))))))

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