Livre elege novos órgãos com oposição interna a pedir mais pluralidade

Miguel A. Lopes / Lusa

O fundador do partido Livre, Rui Tavares, durante uma entrevista à Lusa

O fundador do partido Livre, Rui Tavares

O Livre inicia hoje em Coimbra o seu XII Congresso, que visa eleger os novos órgãos e terá pela primeira vez duas listas candidatas à direção, com a oposição interna a pedir mais pluralidade de vozes do partido.

A reunião do órgão máximo do partido decorrerá no Convento de São Francisco, em Coimbra, e termina no domingo, com a eleição dos órgãos nacionais para o mandato 2022-2024.

De acordo com o programa divulgado, os trabalhos arrancaram às 09:30 da manhã, estando previstas intervenções de abertura dos dirigentes atuais, seguindo-se a apresentação das moções de estratégia global e das listas candidatas ao Grupo de Contacto (direção), bem como ao Conselho de Jurisdição, e ainda intervenções dos candidatos à Assembleia.

Este será o primeiro congresso do Livre após as eleições legislativas antecipadas de janeiro, nas quais o partido conseguiu voltar a ter representação na Assembleia da República, com a eleição de Rui Tavares como deputado único.

Entre os órgãos que serão eleitos está o Grupo de Contacto (direção), órgão executivo do Livre, que pela primeira vez na história do partido tem duas listas candidatas. É composto por 15 membros, eleitos de acordo com o método de Hondt, sendo por isso certo que contará com membros de ambas as listas que apresentam para votação as suas moções de estratégia global.

A lista ‘A’, com uma moção intitulada ‘O Futuro nas nossas mãos’, apresenta-se como a lista de continuidade com maior número de membros da direção anterior, sendo a cabeça-de-lista a dirigente Teresa Mota e o ‘número dois’ Rui Tavares.

A lista ‘B’ é encabeçada pela dirigente Patrícia Robalo e na sua moção ‘Concretizar o Livre’ deixa algumas críticas à atual direção, apelando a uma maior diversidade de vozes do partido no espaço público.

Neste congresso será também eleito o Conselho de Jurisdição, com um total de 11 membros, e a Assembleia do partido, órgão máximo entre congressos, composta por 50 membros.

Vão ser debatidas e votadas mais de 30 moções específicas, com temas variados que vão desde a ecologia, a saúde mental, os direitos LGBTQI+ ou a organização interna do partido.

Um dos textos pede “clareza e contundência” no escrutínio feito pelo partido ao futuro governo de maioria absoluta do PS ou a criação de uma escola de formação política para membros.

A anterior reunião magna do partido realizou-se em dezembro de 2021, no concelho de Oeiras, com a aprovação da versão final do programa eleitoral apresentado nas eleições legislativas antecipadas de janeiro.

No entanto, o último congresso eletivo realizou-se em janeiro de 2020 e ficou marcado pelo clima tenso entre a deputada Joacine Katar Moreira, então filiada, e o partido. Nessa reunião magna, foi adiada a decisão relativa à retirada da confiança política à sua deputada, que se exaltou e acusou os dirigentes de mentiras.

// Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.