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Lisboa “está numa situação que não é fácil” e não vai avançar no desconfinamento

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CML

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina

Lisboa não vai avançar para a próxima fase de desconfinamento, anunciou esta terça-feira o presidente da autarquia, o socialista Fernando Medina, que considerou que a capital “não está em condições de fazer esse avanço”.

De acordo com o jornal Público, o concelho de Lisboa deverá ser travado no desconfinamento, não sendo aplicada a nova fase de abertura da sociedade e da economia que entra em vigor segunda-feira, 14 de junho.

Entretanto, o presidente do município confirmou a informação, durante o habitual espaço de comentário na TVI24, explicando que “Lisboa não está em condições de fazer esse avanço”.

Fernando Medina considerou que a cidade “está numa situação que não é fácil”, uma vez que “o número de casos excedeu o patamar dos 120 [contágios por 100.000 habitantes]”.

Durante a última semana, o número de infeções na capital “continuou a progredir, embora a um ritmo mais lento”.

A decisão será, no entanto, tomada esta quarta-feira, pelo Conselho de Ministros antecipado por causa do feriado do Dia de Portugal, que se celebra esta quinta-feira.

“Amanhã, que é o dia da avaliação, não irá progredir relativamente ao desconfinamento, também não irá regredir”, prosseguiu o autarca.

A “grande questão” é saber se vai ser possível, “durante as próximas semanas, controlar a situação, eventualmente conseguindo que ela se reduza e melhore, ou então se se vai registar um agravamento da situação”, explicitou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

À luz das informações da Direção-Geral da Saúde, os peritos davam esta terça-feira como certo que Lisboa e Braga – que continuam com uma incidência acima de 120 casos por 100 mil habitantes – não seguem para a etapa seguinte de abertura, escreve o Jornal de Notícias.

“As regras estão estabelecidas e, segundo as regras, não há grandes dúvidas: Lisboa vai ficar estagnada por agora”, disse Óscar Felgueiras, perito que tem assessorado o Executivo no combate à pandemia.

O especialista admitiu ainda “que não vai haver grandes surpresas” na reunião ministerial desta quarta-feira, sublinhando que “Lisboa não consegue ultrapassar a atual situação de um dia para o outro” e estimando “duas a três semanas para baixar os 120”.

Analisando a evolução do Rt – “nos próximos oito a dez dias não chega a 1.0” -, Carlos Antunes entende que, “no mínimo, Lisboa precisará de três semanas” para sair da linha vermelha.

“Se o risco de aumento de casos é de facto grande, vale a pena aguentar mais 15 dias com as atuais circunstâncias, que já permitem um maior funcionamento da atividade económica, e aguardar. Isto vai gerar protestos, tem algum impacto, mas do ponto de vista da saúde pública pode ser vantajoso e a situação já é bastante diferente do que era há uns meses e permite uma vida com bastante normalidade”, disse o investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Jorge Malheiros, citado pelo Público.

No entanto, “estando em causa a capital do país e toda a componente simbólica que isso acarreta, pode haver uma mensagem que ao travar a capital se está a travar todo o país. Por isso, o discurso público tem de ser bem trabalhado, para mostrar que este travão pode não ser uma desvantagem, mas um cuidado para salvaguardar o resto do país”, alertou ainda.

No mesmo patamar de Lisboa está Braga, que, a 5 de junho, registava uma incidência de 169/100 mil habitantes e um Rt de 1.10. Apesar de estar “atrás de Lisboa, Braga cresce a um ritmo maior, com uma subida diária de 3,2%”

Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa

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