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Líder da JSD vai ser candidato em Oeiras. Rio promete tirar consequências do resultado nas autárquicas

O candidato do PSD à Câmara Municipal de Oeiras vai ser o líder da JSD, Alexandre Poço, anunciou esta quarta-feira Rui Rio, que justificou a decisão por entender que os sociais-democratas tinham de apresentar lista própria num concelho desta dimensão.

Numa entrevista à RTP3, Rio lembrou que as estruturas locais tinham defendido que o PSD não deveria apresentar lista nenhuma e apoiar o atual presidente e antigo militante do PSD, Isaltino Morais, decisão agora contrariada pela Comissão Permanente do partido.

“Decidimos que o PSD não poderia deixar de apresentar, pela primeira vez, um candidato no décimo maior concelho em termos populacionais e que, em termos económicos, está seguramente acima do décimo”, justificou.

Quanto à escolha do deputado de 28 anos, munícipe de Oeiras, e líder da JSD, Rio explicou-a como uma aposta “de futuro” numa eleição em que o partido tem de ter “uma presença honrosa”.

“A última coisa que sou é hipócrita: ganhar Oeiras a Isaltino Morais não é uma impossibilidade, mas é muito difícil (…) Vamos competir num patamar diferente, vamos dar uma solução de futuro a Oeiras“, afirmou.

Na entrevista, Rio foi desafiado a justificar algumas escolhas autárquicas do partido, como a de Suzana Garcia para a Amadora, tendo admitindo que nunca falou até hoje com a candidata, mas disse não achar que tenha “um discurso próxima do Chega”.

“Uma coisa é o estilo, o que interessa aqui é o pensamento. Quando o primeiro-ministro diz que escolhi a senhora do Chega, sabe que está a mentir: a dra. Suzana Garcia foi convidada pelo Chega e ambas as vezes disse que não e quando foi convidada pelo PSD disse que sim”, afirmou.

Apesar de não concordar que a advogada tenha um discurso próximo do Chega, Rio reconheceu que a expressão que utilizou para se referir a adversários políticos, “exterminar”, seja “uma palavra brutal”, ligada ao Holocausto, e que nunca usaria.

“Acha que alguém no século XXI em Portugal está a pensar uma coisa dessas? Não foi a melhor palavra, mas o que ela queria dizer é que quer que o Chega e o BE tenham uma derrota de tal ordem que desapareçam da cena política”, disse, acrescentando que os artigos que leu da candidata são “muito bem escritos e mostram uma bagagem cultural muito boa”.

Rio voltou a defender que “cada município tem as suas características” e repetiu que o seu lugar estará em jogo nas próximas autárquicas. “Quando há eleições, o lugar do presidente do partido está sempre em jogo (…) nesta se calhar está um pouco mais, porque sou eu que estou a assumir a responsabilidade”, afirmou.

Sem querer estabelecer uma fasquia sobre o número de câmaras a ganhar pelo PSD que pode ser considerado um bom resultado, o líder do PSD deixou um ‘recado’ aos adversários. “As pessoas que não estejam muito atrapalhadas, podem ter a certeza de que vou ser exigente comigo”, assegurou.

Acompanhado pelo candidato social-democrata à Câmara Municipal de Setúbal, Fernando Negrão, Rui disse, na inauguração da nova sede distrital do PSD de Setúbal esta quarta-feira, que as próximas eleições autárquicas são “muito importantes” para o país e para o PSD e promete tirar consequências do resultado obtido pelos sociais-democratas no próximo ato eleitoral.

“Em qualquer eleição, o responsável máximo está sempre em equação, como é evidente. Portanto, estas eleições autárquicas de 2021 não fogem à regra. É evidente que depois, no fim, tiram-se as responsabilidades políticas pelos resultados. E o primeiro responsável é o presidente do partido”, disse Rui Rio.

ZAP // Lusa

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