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Libertados portugueses confinados em restaurante em Madrid. Pagavam 400 euros por metro e meio de espaço

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Usien / Wikimedia

A polícia espanhola libertou cerca de vinte pessoas, incluindo portugueses, que viviam confinados num restaurante de Madrid em condições sub-humanas. Eram forçadas a pagar 400 euros por mês para morar num espaço de um metro e meio.

A investigação começou quando agentes detetaram que as pessoas residiam dentro deste estabelecimento comercial, que havia cessado a sua atividade. Numa inspeção local, encontraram cidadãos de Portugal, Espanha, Bangladesh, Colômbia, Filipinas, Honduras, Peru e Venezuela.

A proprietária do restaurante e o proprietário do imóvel foram detidos e acusados dos crimes de favorecimento de imigração irregular, coerção e contra a saúde pública, disse esta sexta-feira fonte da polícia espanhola.

No restaurante, localizado no bairro de San Blas, em Madrid, cerca de vinte pessoas moravam em espaços de apenas metro e meio, separadas por plástico ou papelão, incluindo dois bebés com menos de um ano de idade.

Estas pessoas pagavam 400 euros por mês e, quando não conseguiam realizar o pagamento, eram submetidos a coação, impedidos de aceder aos serviços básicos, forçavam-nos a dormir em espaços ainda mais pequenos, tendo sido ameaçados de serem infetados com o novo coronavírus.

As pessoas viviam dentro do estabelecimento em condições insalubres, amontoados em espaços muito pequenos e inadequados para a habitabilidade, detalhou a polícia. Os responsáveis instalaram colchões no balcão do bar, na cozinha ou no quintal, separando cada “quarto” por papelão ou plástico.

No caso de não poder pagar o aluguer, impedia-os de aceder aos suprimentos básicos e transferia-os para espaços ainda menores, como banheiros pequenos ou até uma sala fria. Além disso, para intimidar ainda mais as vítimas, a proprietária do restaurante disse que era portadora do novo coronavírus e tossia e espirrava em pratos e outros itens quando estavam na hora das refeições.

O proprietário do imóvel também estava ciente das práticas da dona do restaurante, pelo que também foi detido. A polícia detalhou que a investigação ainda está aberta e a existência de outras pessoas envolvidas não é descartada porque algumas das vítimas trabalhavam num hostel.

// Lusa

17 Comments

  1. Não há espaços de um metro e meio! Quando muito há comprimentos, larguras, alturas, etc. Um espaço poderá ter uma área de 1,5 metros quadrados ou um volume de 1,5 metros cúbicos. Um metro e meio, simplesmente não é possível.

    • Ora, ora., se pode ter tantos metros qusradrados, também pode ter outros tantos metros. Se se pode omitir uma dimensão, porque não duas? Eu percebi a notícia.

      • Tem toda a razão o Klassifield. Infelizmente é cada vez mais frequente esse erro. O metro é uma medida de comprimento. Se nos estamos a referir à uma área, como era o caso, a unidade teria de ser o metro quadrado. Parece tudo igual, mas não é. É tão errado e ignorante como dizer que “a temperatura hoje é de 25 kg” ou que “o meu peso é de 70° centígrados”. Simplesmente está errado!

    • Completamente de acordo.
      E como não há acesso à noticia original, fica-se sem saber se era 1,5m², se 1,5mx1,5m, etc.
      Para a base da notícia (exploração, falta de humanidade, …) pode não fazer grande diferença, percebendo-se o mais importante.
      Mas, ao referir-se a exiguidade e um determinado valor de dimensão, dever-se-ia indicá-los de forma correta.

    • Porque é que estava a falar mal dos chineses? Eles fizeram-lhe algum mal? Acha que eles foram quem primeiro foram infectados pelo vírus porque quiseram? Podia-lhes ter acontecido a eles como podia acontecer com os portugueses.

  2. Pois gente ordinária e oportunista sem um mínimo de escrúpulos existe por todo o lado, que a justiça espanhola tenha a coragem de os condenar nas devidas proporções dos acontecimentos.

  3. É tretas! Portugueses a pagar 400 euros por um cubículo? Só podem ser imigrantes que se dizem Portugueses, pois os portugueses em Portugal tem direito a casa e subsídios!

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