Um fundo que reúne os lesados do BES avançou com um pedido de indemnização à auditora KPMG no valor de mais de 550 milhões de euros.
De acordo com o jornal online ECO, a ação do fundo FRC-INQ-Papel Comercial ESI e Rio Forte foi apresentada, no final da semana passada, junto do Tribunal da Comarca de Lisboa e o pedido de indemnização ascende a 551.315.201,10 euros.
Em declarações a este jornal digital, Gonçalo Pereira Coutinho, presidente da Patris, explicou que se trata de uma ação que “visa a responsabilização da KPMG, enquanto auditora do BES, Best e Banco Espírito Santo dos Açores no período em que ocorreu a comercialização do papel comercial, pelas perdas financeiras dos lesados que cederam os seus créditos ao Fundo de Recuperação de Crédito” gerido por esta sociedade gestora.
O montante do pedido de indemnização corresponde “às perdas dos lesados, anteriores titulares de papel comercial”, acrescentou o mesmo responsável.
Segundo o ECO, o pedido de indemnização ganhou força depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter considerado, em 2019, que a Patris se encontrava habilitada para avançar com o pedido de compensação em nome dos lesados contra a KPMG.
“A KPMG ocultou do mercado a crescentemente gravosa situação financeira do Grupo Espírito Santo e a consequente perda do valor dos instrumentos financeiros das sociedades”, pelo que a auditora não pode “deixar de ser responsabilizada pela sua atuação culposa, impedindo o acesso do autor a demonstrações financeiras fidedignas e prejudicando a perceção dos riscos reais envolvidos na compra de instrumentos financeiros ou a sua aquisição posterior no mercado secundário”, considerou o tribunal nesse ano, numa decisão citada pelo Jornal de Negócios.
Além desta auditora, o fundo tem também em andamento uma ação contra os ex-administradores da ESI/Rio Forte Investments/BES/Best e Banco Espírito Santo Açores (BAC) e outra contra o Haitong e ex-administradores do banco de investimento no período correspondente à operação de organização, emissão e colocação do papel comercial aos balcões do BES/Best e BAC, adianta o jornal online.
Muito bem. Só é estranho não ter sido antes.