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Kenneth chegou a Moçambique. Ciclone pode ser o maior de sempre

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Tiago Petinga / Lusa

Depois do Idai, a tempestade chegou com a força de um furacão de categoria 4 e entrou esta quinta-feira em Moçambique com ventos de 285km/hora e chuvas intensas.

Um mês depois do ciclone Idai ter devastado Moçambique, outra tempestade tropical atingiu o norte do país com rajadas de vento de 285km/hora e chuvas intensas, valores superiores aos registados no Idai e equivalentes à categoria 4.

O ciclone Kenneth já provocou pelo menos um morto em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, devido à queda de um coqueiro, confirmou a proteção civil à Lusa.

O ciclone começou a aproximar-se de Pemba no início da tarde desta quinta-feira. De acordo com o Observador, há informação de uma outra vítima mortal que está por confirmar na vila de Macomia, cerca de 150 quilómetros a norte, na mesma província de Cabo Delgado, acrescentou outra fonte, realçando que a falta de energia e comunicações está a dificultar o levantamento da situação.

O Kenneth está mover-se em direção a oeste-sudoeste a 18 quilómetros por hora e estima-se que vá afetar 700 mil pessoas. A zona de Cabo Delgado deverá ser a mais atingida por esta tempestade tropical.

Vários locais da região de Pemba foram evacuadas de imediato devido aos ventos e chuvas fortes. A companhia aérea Moçambicana LAM decidiu também suspender os voos entre Maputo e Pemba.

Este ciclone foi o primeiro a chegar ao norte de Moçambique desde que há registos (há 60 anos). O ano de 2019 fica na história como o primeiro em que o país foi atingido por dois ciclones de categoria dois ou superior na mesma época chuvosa. O Idai, que atingiu o território em março, foi classificado com categoria três.

Segundo um morador da vila de Macomia, sede de distrito no caminho previsto do ciclone Kenneth pela província de Cabo Delgado, o princípio da noite foi caótico, tendo em conta a velocidade do vento e a intensidade da chuva. Um outro morador realçou que, antes de anoitecer, já havia árvores caídas e estragos nalguns edifícios públicos e casas de construção precária.

Ao princípio da noite, a situação era relativamente calma em Mocímboa da Praia e Palma, a norte do corredor de passagem prevista do ciclone, assim como na capital provincial, Pemba, a sul do trajeto previsto, disseram várias fontes contactadas pela Lusa. Só a dimensão a que estava a chegar a ondulação impressionava alguns residentes na capital de Cabo Delgado, que relataram estragos no clube naval da cidade.

Ao longo da noite desta quarta-feira, o vento forte e a chuva provocaram também estragos nas ilhas Comores, região vizinha de Moçambique, e mataram três pessoas, de acordo com o Presidente Azali Assoumani, citado pela Reuters. As autoridades das ilhas, que ficam perto de Madagáscar, encerraram os aeroportos e escolas durante 24 horas por precaução.

O governo moçambicano já ativou um fundo de emergência de 1,3 milhões de euros para ajudar as potenciais vítimas do ciclone. “Fizemos um levantamento preliminar daquilo que serão as necessidades e estão estimadas em cerca de 100 milhões de meticais (1,3 milhões de euros)”, disse a diretora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Augusta Maita.

O alerta vermelho foi anunciado na manhã de quarta-feira e, além do norte de Moçambique, o ciclone poderá ainda afetar o sul da Tanzânia, país vizinho.

Segundo a BBC, o Kenneth pode ser o maior ciclone algumas vez registado a atingir a região de Moçambique.

Filipe Nyusi pediu esta quinta-feira à população que mantenha a calma e não entre em pânico. “O grande problema, neste momento, são as chuvas recorrentes e os ventos que sopraram, mas a dimensão está sob controlo”, garantiu o Presidente moçambicano, citado pela Rádio Moçambique.

O Presidente apelou ainda à “solidariedade e união” entre todos.

ZAP //

2 Comments

  1. Caro ZAP, penso que a expressão “285km/horas” não está correcta, o certo seria 285km/hora ou 285km/h, espero não estar enganado.

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