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Justiça italiana abre inquérito contra ministro do Interior

european_parliament / Flickr

Matteo Salvini, líder da Liga e novo ministro do Interior italiano

A justiça italiana abriu um inquérito contra o ministro italiano do Interior por “sequestro de pessoas, detenções ilegais e abuso de poder” devido à retenção de migrantes a bordo do navio Diciotti, noticiam os media italianos.

Para além do ministro do Interior, Matteo Salvini, o seu chefe de gabinete também é visado na mesma investigação, que foi iniciada pelo Ministério Público de Agrigento, na Sicília, mas será agora conduzida por um “tribunal de ministros” em Palermo, a capital desta ilha do sul, de acordo com a mesma fonte.

Esta decisão surge após o interrogatório de dois altos funcionários do Ministério do Interior, conduzido no sábado, em Roma, por Luigi Patronaggio, o procurador de Agrigento, que tinha aberto uma investigação sobre este caso, para entender a cadeia de comando e quem deu a ordem para proibir o desembarque de migrantes.

A decisão da Justiça não esmoreceu a vontade de Salvini, o líder da Liga (extrema direita), de continuar a sua luta contra a imigração.

“Eles podem travar-me, mas não a vontade de 60 milhões de italianos“, cuja maioria parece favorável à sua política, afirmou o ministro numa reunião política no norte da Itália.

Entretanto, esta manhã, todos os migrantes, cerca de 140, que estavam a bordo do “Diciotti” no porto de Catane, na Sicília, desembarcaram durante a noite.

Salvini deu luz verde no sábado, após o acordo da Igreja Católica italiana, da Albânia e da Irlanda para repartir os migrantes que se encontravam a bordo do navio na costa italiana.

Socorridos no mar na noite de 15 para 16 de agosto, estes migrantes estavam desde segunda-feira no porto de Catane, impedidos de desembarcar por Salvini.

O porta-voz da Conferência Episcopal italiana (CEI), Ivan Maffei, confirmou à agência de notícias ANSA que “a Igreja italiana vai acolher uma centena” de passageiros e sublinhou que este acordo “põe fim ao sofrimento destas pessoas”.

A Albânia deverá receber 20 refugiados e a Irlanda entre 20 a 25.

ZAP // Lusa

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