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Juiz que usou expressão “vírus chinês” diz que não quis discriminar comunidade

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O juiz que utilizou num despacho a expressão “vírus chinês”, numa referência ao novo coronavírus detetado na China, e que ofendeu a Liga dos Chineses de Portugal, afirma que não teve intenção de discriminar ou maltratar a comunidade.

Num despacho do Conselho Superior da Magistratura (CSM), a que a agência Lusa teve acesso, e depois de ter sido apresentada uma queixa pela Liga dos Chineses de Portugal, o juiz vem retratar-se pela expressão usada num despacho judicial dizendo que “nunca teve qualquer intenção de ofender, de discriminar, de desvalorizar ou de maltratar a prestigiada comunidade chinesa residente em Portugal”

O magistrado, em resposta à queixa da Liga dos Chineses, rejeita de “modo veemente que esses termos contenham um sentido de discriminação racial, de tendência xenófoba perante a comunidade chinesa ou de qualquer influência que não se prenda unicamente com a origem geográfica do vírus covid-19, na medida em que, tanto quanto é do conhecimento público, o mesmo teve origem na China”.

Na justificação enviada ao CSM o juiz do Tribunal Criminal de Lisboa observa que “objetivamente não representa qualquer discriminação racial ou tendência xenófoba em relação a Espanha (ou ao seu povo) considerar como gripe espanhola a pneumónica que ocorreu na segunda década do século XX”.

Depois da explicação juiz, o CSM entendeu não ter havido qualquer intenção de “ofender uma comunidade respeitada” e que não se verificou qualquer sentimento de xenofobia por parte do magistrado.

A Liga dos Chineses em Portugal também se queixou à Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados, que considerou que a expressão “vírus chinês (covid-19)” é depreciativa, potenciando o possível estigma de cidadãos estrangeiros residentes e não residentes em Portugal, em razão da sua raça, etnia ou nacionalidade, violando de forma clara os preceitos constitucionais” e a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

A pandemia de covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infetou mais de 2,7 milhões de pessoas no mundo. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

Portugal regista 854 mortos associados à covid-19, mais 34 do que na quinta-feira, e 22.797 infetados (mais 444), indica o boletim epidemiológico divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

// Lusa

4 Comments

  1. Bem……a comunidade Chinesa, por natureza tão comunicativa connosco Europeus, sobretudo no momento de pagar na caixa; comunica muito a vontade com o CSM, sobre o titulo dado ao Covid-19 que teve origem em Wuhan (China). São muito “abertos” quando lhes convém !

  2. Não percebo porque é que não se pode dizer que o vírus é chinês se nasceu na China? Será que mudou de nacionalidade? Não nos foi comunicado! Se aparecesse em Portugal seria português! Não é assim que mandam as regras da gramática?

  3. Não entendo porque ficam tão melindrados por ouvirem a designação de ” vírus chinês”.

    Lamento mas até prova em contrário o vírus espalhou se a partir da China. Se fosse a descoberta da cura também ficariam melindrados por lhes chamarmos o medicamento chinês?

    Assinam para já a asneira feita por alguém, que manipulou geneticamente o coronavirus, e lhe perdeu o controlo. Para já todos os indícios apontam para Whuan China.
    Até haver mais transparência de dados.pelo governo chinês, são os dados que dispomos. E quer queiram quer não a China será para sempre lembrada como a causadora desta pandemia. Porque uma coisa não há dúvidas: que foi manipulação genética do vírus foi! Que foi em Whuan (onde há um laboratório ) foi. Falta saber quem o fez. E esse terá o mesmo destino que Hitler na memória humana.
    Se forem os chineses a descobrir a vacina ou o tratamento, também não quererão ser mencionados como a vacina chinesa ou a terapêutica chinesa? Também se ofenderão?
    Assumam as consequências de terem escondido ao mundo durante semanas o que se passava! Ter-se-iam evitado muitas mortes.

  4. Se disse vírus chinês, disse bem, certamente não foi para ofender a comunidade chinesa residente em Portugal, mas esta será a melhor forma de identificar a origem do vírus, se alguém se sente perturbado com o nome, melhor será procurarem entender de onde surgiu a origem do mal, se da forma nojenta como comercializam as coisas no país ou se doutra origem mais perigosa ainda.

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