O juiz desembargador apresenta vários motivos para pedir escusa do processo, nomeadamente por ser “sócio do Benfica desde 1968”.
De acordo com o jornal Público, Eduardo Pires, juiz desembargador do Tribunal da Relação do Porto (TRP), pediu escusa do processo dos e-mails por ser “um fervoroso adepto do Benfica desde pequenino”.
Na base do pedido, dirigido ao presidente do TRP, Ataíde das Neves, no dia 14 de janeiro de 2020, está o facto de o juiz ser sócio do Benfica desde 1968, quando tinha oito anos de idade.
Além disso, o magistrado explica que, por ter completado 50 anos de associado, recebeu, em março do ano passado, uma “Águia de Ouro”, salientando ainda que é também portador de um Red Pass, o que lhe assegura “um lugar cativo no Estádio da Luz”.
Segundo o jornal, o juiz desembargador refere ainda outro exemplo da sua ligação ao clube: Quando foi convidado pelos encarnados, em dezembro, já depois de o processo lhe ter calhado em sorteio, para visitar o Centro de Estágios do Seixal, convite que “entendeu por bem declinar”.
“Pese embora a imparcialidade que sempre regeu o seu exercício profissional e que também o nortearia neste caso é, em consonância com tudo o que se tem vindo a referir, um apaixonado adepto do Sport Lisboa Benfica, o que pode, ponderosamente, levar a que se possa suspeitar dessa sua imparcialidade”, escreveu.
Cabe agora ao presidente do Tribunal da Relação do Porto decidir se aceita, ou não, o pedido de escusa do juiz, refere o diário.
No “caso dos e-mails”, o FC Porto, Porto SAD, Porto Canal e o diretor de comunicação do clube, Francisco J. Marques, foram condenados a pagar cerca de dois milhões de euros pela divulgação de correspondência eletrónica dos encarnados. Na altura, os azuis-e-brancos anunciaram que iam recorrer da decisão do tribunal.
Não sei até que ponto pode ser dispensado desta “tarefa”. Mas neste caso tem a sua lógica!