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Juan Carlos estará num luxuoso hotel nos Emirados Árabes Unidos

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Salvador Sas / EPA

O rei emérito espanhol, Juan Carlos I, que deixou no passado fim-de-semana o país sob suspeitas de corrupção, estará hospedado num luxuoso hotel nos Emirados Árabes Unidos, de acordo com o jornal espanhol ABC, que garante ter sido acesso à rota do avião em que o monarca que deslocou.

Segundo o diário, favorável à monarquia, o avião que transportou Juan Carlos I partiu de Vigo, na segunda-feira (dia 3) de amanhã e aterrou em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos onde o monarca se costuma deslocar para assistir a corridas de Fórmula 1.

O ABC escreve ainda que o rei emérito espanhol estará alojado no Emirates Palace, um dos hotéis mais luxuosos deste emirado, frisando as boas relações entre o monarca espanhol e o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Jalifa bin Zayed.

O mesmo jornal dá ainda conta que Juan Carlos I viajará entre vários países nos próximos tempos, não fixando uma morada fixa no exterior após o anúncio do exílio.

Tem amigos por todo o mundo“, comentou fonte próxima do rei ao mesmo jornal.

Depois de ter sido tornado público que Juan Carlos I anunciou ao rei de Espanha, o seu filho Rei Felipe V, que iria deixar o país para facilitar o seu exercício de funções, especulou-se que rei emérito fosse escolher Portugal, especificamente a zona do Estoril (Cascais), onde passou a primeira infância, para fazer o seu exílio.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse nada saber sobre a suposta escolha de Juan Carlos I recair sobre Portugal, dizendo que as autoridades portuguesas também não deverão ter qualquer informação sobre o assunto.

Falou-se também da República Dominicana como uma forte opção, nação que já negou que o monarca espanhol tivesse entrado no seu território. França e Itália, onde tem família, são também países apontado pela imprensa.

O certo é que, para já, não é público o paradeiro do rei emérito espanhol.

Paradeiro desconhecido

Só cinco pessoas saberão onde está Juan Carlos I: o seu filho, o Rei Filipe VI; o primeiro-ministro, Pedro Sánchez; Félix Sanz Roldán, ex-líder do Centro Nacional de Inteligência, e amigo do rei emérito; o seu advogado Javier Sánchez Junco; e Jaime Alfonsín, chefe da Casa Real Espanhola e braço direito do Rei.

Quanto à Rainha Sofia, um dos membros reais mais acarinhados em Espanha, vai continuar a viver no palácio da Zarzuela, mantendo a sua agenda institucional.

Em junho passado, o Supremo Tribunal espanhol decidiu investigar as suspeitas de corrupção do rei emérito na construção do comboio de alta velocidade entre Medina e Meca. Suspeita-se que terá recebido 100 milhões em “luvas” da Arábia Saudita.

No ano passado, o antigo monarca, de 82 anos, também já tinha anunciado que iria deixar de exercer atividades institucionais e que iria abandonar a vida pública, cinco anos depois de ter abdicado da coroa em favor do filho.

Juan Carlos foi o primeiro rei após a ditadura franquista e um artífice essencial na transição espanhola da ditadura para a democracia a partir de 1977.

ZAP //

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35 Comments

  1. Os espanhóis gostam de pagar, e bem, por contos cor de rosa de reis, rainhas, príncipes e princesas. A monarquia resume -se a isto.

      • Lémure. Não há uma única acusação nem investigação contra o ex-rei. Por isso, ele só foge do boato, não da justiça.

        • Uma coisa é certa. Se a monarquia cair e com ela a unidade de Espanha, o grande responsável será Juan Carlos e a sua vida dissoluta. O que não deixa de ser irónico visto ter sido ele o grande responsável pela transição pacífica para a democracia. Se saiu ou fugiu e porquê são, face a isto, questões irrelevantes.

          • E porque a monarquia há-de cair por cause de um ex-rei, seja ele corrupto ou não? As democracias, repúblicas e tiranias caem por causa dum caso desse? É algo muito raro uma instituição cair por causa de um mau elemento.

          • Se acontecer, o que duvido, não será propriamente por causa dele mas do aproveitamento político que será feito, aliás, já se está a fazer em Espanha, não somente na Catalunha. Juan Carlos tem consciência desse perigo para a monarquia e para a unidade de Espanha, daí ter saído do país. Já as tiranias, sim, às vezes caem por motivos destes, porque o tirano é corrupto (e outros querem ocupar o lugar dele).

    • Porquê? Alguém anda atrás dele? Foi acusado de alguma coisa e constituído arguido? Saiu do país e não disse para onde foi, só isso, nem tem que dizer pois não é o rei. Mesmo assim, deu uma justificação para a saída, coisa que nunca vi alguém fazer por cá. Aliás, tenho a certeza de que, se for formalmente acusado de algo, regressará ao seu país.

    • LOL…..a maioria dos líderes africanos gozam de impunidade total. Agora, se fosse um banqueiro Norte-americano ou finlandês, aí acredito que estivesse na gaiola.

  2. Se optou por fugir de Espanha para evitar conflitos monárquicos até que possivelmente nem nunca seria julgado tendo em conta o seu estatuto e a subserviência da justiça em relação ao mesmo o que já em si, é uma provocação para o povo espanhol, considero que optar por se “exilar” num luxo tal como está a ser divulgado, é uma pura provocação ao mais alto nível, é fazer pouco do povo e um desrespeito total pelo mesmo, simplesmente vergonhoso!

    • Fugir não é o mesmo que sair. Em Espanha está um príncipe-consorte preso. Não são imunes mas aqui em Portugal há muitos que parece que estão acima das leis. Até um comentador de televisão, por ser filho de x e y pode insultar impunemente o chefe de Estado, chamando-lhe palhaço publicamente e com todas as letras. As pessoas podem não gostar de um determinado presidente da república mas devem-lhe respeito (Art.º 328.º do Código Penal).

        • Não, Zé Torres, não sou eu que falo em trocar. Se leres bem os comentários, não falo em trocar em lado algum mas há outros comentários de outras pessoas que sim, falam. Seguem o pensamento dos catalães. Estes sabem que a união de Espanha, tal como aconteceu com a transição pacífica para a democracia, se deve à monarquia. Os catalães são acérrimos defensores do fim do sistema monárquico porque sabem que numa república têm muitas mais hipóteses de alcançarem a sua almejada independência. Isto sugere que, se Espanha se transformar numa república, pode desaparecer, pelo menos na forma como hoje a conhecemos. As consequências serão imprevisíveis e nós, portugueses, levaremos por tabela. Paciência, sim, haja, mas para quê ou para quem?

          • Oh Lemure, se D. Afonso Henriques ainda estivesse vivo, dava-te com um pau, ou como era Rei, mandava-te cortar a cabeça. Até parece que não fizemos exatamente o que os Catalães querem fazer.

          • Portugal nunca foi uma província ou região autónoma de Espanha. Se te estás a referir à Dinastia Filipina isso foi, por lei, uma União Dinástica, isto é, dois tronos (ou dois reinos) com um mesmo soberano. É um estatuto diferente do que goza a Catalunha. Outro assunto foi a prática, quer dizer, o abuso e desrespeito pelas leis evidenciados pelos Filipes. Felipe II de Espanha era rei também de Portugal com o nome de Filipe I. O mesmo com os outros dois.

          • Estou a falar na independência, não na restauração. Portugal era um condado, submisso ao rei espanhol. Na sua essência era a mesma coisa. Só não vê quem não quer.

          • Ah, o início da nacionalidade! Nessa altura Espanha não existia como país por isso não se pode falar de um rei espanhol. Espanha nasceu em 1469, muitos anos depois do nascimento de Portugal em 1143. A época a que te referes é a época da Reconquista quando, por facilidade de administração de territórios em expansão, vários reinos foram criados. Um deles foi o de Leão e não existiam portugueses, apenas leoneses. Nesse reino foram, também por necessidade de administração, criados condados. Um deles decidiu tornar-se independente, não por mero capricho, mas porque as bases estavam lançadas desde a divisão da Península em dois grandes reinos bárbaros, o que criou nos seus habitantes a consciência da diferença até porque, durante muitos anos, um deles era cristão enquanto o outro permaneceu ariano. A Idade Média organizava-se em relações de dependência e vassalagem. Eram, naturalmente, tempos muito diferentes do atual, o século XXI. Não se pode olhar para o passado com a perspetiva do presente, nem o contrário. O que é que a atual questão independentista da Catalunha tem a ver com estes acontecimentos dos século IX, X, XI e XII? Nada. Absolutamente.

          • Zé Torres! Tenho estado a tentar manter a conversa sem baixar de nível, no entanto, as tuas expressões “Haja paciência”, “D. Afonso Henriques (…) dava-te com um pau ou (…) mandava-te cortar a cabeça”, “Só não vê quem não quer” dificultam o diálogo e são antipáticas obrigando a um certo esforço para as ignorar e, assim, manter o nível. Na verdade, a tua insistência em usar esse tipo de expressões levam-me a duvidar do interesse da conversa e se, afinal, não ando para aqui a dar chocolate a quem não o merece. Penso que será melhor terminar a troca (?) de argumentos. Não pretendo convencer-te de nada, gosto apenas de trocar impressões e conhecimentos mas estas trocas têm-me parecido bastante injustas para não dizer desonestas, visto que dou mais do que o que recebo. Desejo-te uma boa noite e muita saúde.

        • Ok. Estás pronto para o próximo nível de tratamento. Se escapares com o neurónio que te resta ainda a funcionar, talvez comeces a conseguir ser minimamente argumentativo.

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