Duas jovens distribuem tampões grátis por escolas e empresas (e até rejeitam clientes)

RedLocker

As fundadoras da RedLocker, Liza Eriksson e Clara Lidman.

Duas jovens suecas criaram uma empresa que fornece tampões para distribuição gratuita em escolas e negócios — e até já rejeitam potenciais clientes.

Pobreza menstrual, também chamada de precariedade menstrual, é o termo dado à falta de acesso a produtos para manter uma boa higiene no período da menstruação. O problema existe até na Suécia, um país avançado e com uma política de bem-estar social forte.

Em 2018, duas jovens suecas transformaram o seu projeto de escola numa startup para combater a pobreza menstrual.

A RedLocker foi fundada por Liza Eriksson e Clara Lidman, e é mais conhecida pelos seus dispensadores de tampões, públicos e totalmente gratuitos.

Os seus dispensadores de tampões são usados em metade das escolas secundárias da Suécia e ainda em mais de um terço das empresas do OMX Stockholm 30, o índice de referência da Bolsa de Valores de Estocolmo.

De acordo com a Bloomberg, as fundadoras da empresa querem ver os tampões e pensos higiénicos tornarem-se tão comuns como o papel higiénico nas casas de banho públicas.

A RedLocker quer expandir além fronteiras e mira à região nórdica. Apesar disso, a empresa já rejeitou alguns clientes na Suécia. Isto porque a empresa sentiu que os clientes não estavam realmente empenhados em combater a pobreza menstrual.

“Não pode simplesmente colocar um dispensador e seguir em frente”, atira Lidman. Para a jovem dupla de empreendedoras, a RedLocker é mais do que os dispensadores. “A nossa visão fundadora é impulsionar a mudança”, frisa Eriksson.

 

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Os potenciais clientes foram rejeitados após terem recusado comprar sessões e materiais educacionais. A RedLocker temeu que as empresas pudessem estar simplesmente a fazer aquilo que se chama de femwashing.

O termo, semelhante ao greenwashing, refere-se a tentativas de aumentar as credenciais com melhorias superficiais para as mulheres, sem realmente fazer a diferença.

A pobreza menstrual e o tabu em torno da menstruação impedem meninas de participar da vida quotidiana, o que tem consequências graves como o absentismo na escola ou no trabalho durante os períodos menstruais.

Daniel Costa, ZAP //

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