Um jornal de Jilin, província chinesa que faz fronteira com a Coreia do Norte, publicou esta semana instruções sobre como proceder em caso de acidente nuclear, ilustrando o crescente receio da população face aos testes de Pyongyang.
Sob a direção de Kim Jong-un, Pyongyang efetuou três testes nucleares na região de Punggye-ri, a apenas 100 quilómetros da fronteira com a China, causando apreensão entre os residentes de Jilin, província com 27,5 milhões de habitantes.
Na edição de quinta-feira, o Jilin Daily publicou uma página inteira com instruções detalhadas e ilustradas com desenhos a explicar o que fazer em caso de um acidente ou ataque nuclear.
A China e Coreia do Norte partilham uma fronteira com 1.420 quilómetros de extensão.
As imagens das instruções foram rapidamente partilhadas nas redes sociais, levando o jornal a explicar em editorial que se “tratou apenas de um programa rotineiro de formação em defesa nacional e segurança pública” e que as pessoas não lhe devem conferir segundas interpretações.
No mesmo dia, no entanto, um jornal oficial do Partido Comunista Chinês escreveu em editorial que as preocupações em Jilin são “compreensíveis”, mas ressalvou que não há motivos para tal.
“Coreia do Sul, Japão ou mesmo os Estados Unidos, deviam estar mais preocupados sobre possíveis ataques”, escreve o Global Times.
Nos últimos meses, os sucessivos ensaios nucleares de Pyongyang e a retórica beligerante do Presidente do Estados Unidos, Donald Trump, elevaram a tensão na península coreana para níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953).
// Lusa