O empresário norte-americano que chegou a acordo com o “rei dos frangos” para comprar 25% da Benfica SAD considera que a reação à sua aproximação é “cómica”.
Este mês, a Benfica SAD comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que José António dos Santos, o chamado “rei dos frangos”, tinha celebrado um acordo para vender 25% do capital social da SAD ao norte-americano John Textor.
Uns dias depois, a nova direção encarnada, liderada por Rui Costa, anunciou que iria chumbar este negócio, caso esta matéria viesse a ser sujeita a deliberação em Assembleia Geral de Acionistas da Benfica SAD.
Agora, em entrevista ao jornal Record, o empresário norte-americano considera que a reação da SAD benfiquista é “cómica”.
“É cómico que a administração que está perto de Luís Filipe Vieira há 17 anos olhe para mim e pense: ‘Ele é muito próximo a Vieira’. Fazem tudo para se distanciarem do presidente que todos adoravam há um mês”, declarou.
O investidor explicou ainda que só esteve com o antigo presidente do Benfica “uma meia hora” e que Vieira “não falava inglês”. “Pareceu- me tudo muito normal para ser algo secreto”, considerou.
Apesar da “nega” inicial da SAD encarnada, o empresário disse também, em entrevista à TVI, que não vai desistir só porque “não é a altura certa”.
“Quando é amor à primeira vista não se desiste à primeira. Não vou a lado nenhum, só não é a altura certa. Vamos ver o que acontece com a direção”, afirmou.
Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do Benfica e Novo Banco.
O ex-presidente do Benfica está em prisão domiciliária, sem pulseira eletrónica, até à prestação da caução de três milhões, e proibido de sair do país. Está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.