O grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico assassinou hoje pela primeira vez um clérigo muçulmano, opositor do Governo iraquiano, na cidade de Mossul, segundo um responsável local.
O vice-governador da província de Ninive, cuja capital é Mossul, Hasan al Alaf, disse em declarações à agência Efe que Yaser Yunes foi assassinado dois dias depois de ter sido sequestrado em sua casa pelo grupo EI.
O cadáver foi depositado no instituto forense com feridas de bala na cabeça.
Yaser Yunes era membro do Conselho de Ulemas e pregadores de Ninive, composto por clérigos de mesquitas pertencentes a correntes salafistas moderadas, que faz oposição à ideologia extremista da EI.
A organização terrorista terá proposto a Yaser Yunes que anunciasse a lealdade ao EI, mas este recusou.
Yaser Yunes foi o clérigo que disse o sermão sobre a primeira manifestação da campanha de protestos que começou a partir das mesquitas de Mossul e de outras províncias predominantemente sunitas, no final de 2011, contra o então Governo do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki.
No seu discurso, na mesquita Al Hamedin, no centro de Mossul, Yaser Yunes criticou as práticas do Governo iraquiano na época.
O EI prendeu em agosto de 2014 mais de 25 clérigos e proibiu mais de 50 de dizerem os sermões de sexta-feira à comunidade.
A organização jihadista ocupou Mossul a 10 de junho do ano passado, depois de conquistar amplas zonas do Iraque norte e oeste, onde declarou um califado no território sob seu controle.
/Lusa