Portugal entra em ação no Mundial de futebol feminino, dentro de menos de um mês. Jéssica Silva falou com o The Guardian, sobre a importância deste “marco histórico para o futebol português”.
Portugal vai estar, pela primeira vez, na fase final de um Mundial feminino.
O apuramento foi conseguido em fevereiro, após uma vitória histórica por 2-1 sobre os Camarões, no play-off intercontinental.
A competição arranca no dia 20 de julho e vai prolongar-se por um mês, até dia 20 de agosto, na Austrália e Nova Zelândia.
As 23 jogadoras convocadas pelo selecionador nacional, Francisco Neto, já estão concentradas na Cidade do Futebol, em Oeiras.
A menos de um mês para o arranque do prova, a número 10 da nossa seleção – Jéssica Silva – deu uma entrevista ao The Guardian, onde falou sobre o “momento feliz” que o grupo está a viver.
“É assustador faltar apenas um mês, mas estamos com muito orgulho no nosso grupo e a viver um momento muito feliz. Estamos a trabalhar para chegarmos lá na melhor forma possível”, garantiu a jogadora.
Jéssica Silva chegou recentemente à internacionalização número 100 por Portugal.
A jogadora celebrou o registo com uma publicação nas redes sociais, onde desejou “que o futebol feminino continue a impor o seu espaço, tal como tem feito de forma cada vez mais vincada”.
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Jéssica Silva estreou-se pela seleção nacional em 2011. Tinha apenas 16 anos.
Entretanto cresceu e, 12 anos depois, confessou ao The Guardian que agora o seu objetivo é jogar por e para todas as meninas que – tal como ela o teve – têm também o sonho de jogar futebol.
“É uma grande responsabilidade. O meu objetivo não é só jogar futebol, é também jogar pelas as crianças, e eu jogo para que elas acreditem na minha trajetória, e acreditem que também podem ter uma história no futebol”, disse Jéssica Silva.
“Uma das coisas que me deixa mais orgulhosa neste caminho como atleta mulher é inspirar as crianças e ser uma referência para elas”, revelou a craque lusitana.
Jéssica Silva diz que é fundamental acreditar no valor do nosso país, e ir à luta: “em Portugal há potencial, há qualidade, e independentemente dos obstáculos temos de ser resilientes, temos de acreditar no nosso potencial”.
“Portugal precisa de mais. Ainda não há tantas jogadoras quanto precisamos. O meu sonho é que Portugal consiga ser um dos países com mais jogadoras no mundo. Espero que, dentro de dez anos, eu possa olhar para trás e dizer: ‘Sim, nós fizemo-lo bem’. Este é o meu sonho enquanto mulher e jogadora de futebol”, confessou a atacante do Benfica.
Pela primeira vez, o Mundial feminino vai ser disputado por 32 seleções – como acontece no Mundial masculino, desde 1998.
Portugal vai estar no Grupo E, e vai defrontar os Países Baixos (a 23 de julho), o Vietnam (a 27 de julho) e os EUA (a 1 de Agosto). Todos os jogos deste grupo vão jogar-se na Nova Zelândia.
A seleção norte-americana é a detentora do título e também aquela que mais vezes o conquistou – quatro vezes campeã mundial (1991, 1999, 2015 e 2019).
Jéssica Silva anteviu o jogo contra as atuais campeãs: “Esperamos um jogo muito difícil. São uma equipa contra quem já jogámos antes, sabemos exatamente quem são e respeitamo-las muito, porque são uma referência para nós“.
“No entanto, não é o jogo mais importante, neste momento. Temos de nos concentrar no nosso primeiro jogo contra os Países Baixos”, advertiu a número 10 da seleção.
Portugal estreia-se no Mundial de futebol feminino no dia 23 de julho, contra a laranja-mecânica, num “marco histórico para o futebol português”, nota Jéssica Silva.
“Significa muito para quem está aqui agora e para quem já esteve. Precisamos que o futebol feminino seja mais sustentável para que, no futuro, Portugal possa continuar a fazer parte das grandes competições”, rematou a craque portuguesa.