Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, acusa o PS de ser ter unido ao PSD para não avançar com a regionalização e perpetuar políticas centralistas em processos em que urge a descentralização.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o PS de ser ter unido ao PSD para não avançar com a regionalização.
“O chamado processo de democratização das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) que uniu PS e PSD, não é mais do que uma manobra para iludir e justificar a ausência da regionalização, garantido a perpetuação de políticas centralistas e de comando sobre decisões e processos que reclamam uma participação efetivamente descentralizada”, afirmou, num comício na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.
Perante dezenas de militantes e simpatizantes que participaram na “Festa de Verão”, que a CDU organiza todos os anos, o secretário-geral do PCP considerou a coligação como “a grande força de esquerda no poder local”, reafirmando que este “tem ainda por cumprir no seu edifício constitucional a criação das Regiões Administrativas, sucessivamente adiada pela mão de PS, PSD e CDS”.
O PS “veio recentemente renovar a sua devoção à regionalização”, lembrou Jerónimo, considerando tratar-se “mais uma vez, de uma solução para a adiar”, e que “não é sério falar de descentralização quando se mantêm também as autarquias num lugar menor na gestão dos fundos comunitários, quando se consolida a centralização como método e critério crucial nessa gestão”.
Na sua intervenção Jerónimo de Sousa voltou a defender o aumento da rapidez na vacinação contra a covid-19 e a sublinhar os impactos da pandemia sobre a economia nacional.
“Os acionistas do conjunto das maiores empresas, designadamente NOS, Sonae, Brisa, Galp Energia, EDP, CTT, Jerónimo Martins e Corticeira Amorim, arrecadaram 7,4 mil milhões de euros de dividendos, mais 332 milhões do que em 2019”, disse, sublinhando que o país passou também a contar com mais 19 mil multimilionários.
Em contrapartida, acrescentou, há “400 mil novos pobres”.
No discurso em que expressou o temor de que “parte importante” dos recursos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) acabem a servir “para alimentar os lucros privados dos grupos económicos nacionais, mas também, de grupos económicos estrangeiros”, Jerónimo defendeu que “este não pode ser o caminho” e aludiu a soluções que têm sido propostas pelo PCP.
“O tempo é da política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP propõe e protagoniza”, afirmou o líder do partido que, coligado com o partido ecologista “Os Verdes”, apresentou, este domingo, candidatos às 16 câmaras do distrito de Leiria e prometeu aumentar a participação em todas as freguesias.
// Lusa
Que é que se ganha com a regionalização???? Alguém sabe?
O velhote do PCP ora está com o Costa, ora está contra, conforme lhe dá jeito. Hoje, como acordou para o lado direito, está contra, mas amanhã já deve ser pró socialista!