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Um septuagenário japonês ligou 24.000 vezes para reclamar do serviço prestado pela sua operadora telefónica durante dois anos, acabando depois por ser detido pela polícia local, noticia esta semana o Japan Today.
Akitoshi Okamoto, conta o jornal local, fez mais de 20.000 chamadas para colocar uma série de perguntas e fazer outras tantas reclamações à empresa de telecomunicações KDDI. Terão sido dezenas de chamadas efetuadas ao longo de dois anos.
Segundo as autoridades locais, Okamoto decidiu ligar para a empresa por não conseguir captar transmissões de rádio no seu telemóvel. Inicialmente, a empresa não quis prestar queixa contra o cliente, mas o grande volume de chamadas começou a dificultar a prestação de serviços a outros clientes.
Numa só semana, detalha a Newsweek, Okamoto terá feito 411 chamadas, exigindo que a empresa pedisse desculpa por estar a violar o contrato. “Exigia que os funcionários da KDDI pedissem desculpas por violação de contrato e também costumava desligar rapidamente depois de fazer a ligação”, afirmou um porta-voz da polícia.
O idoso acabou por ser detido sob a acusação de “obstrução fraudulenta de negócios”, um tipo de crime no Japão que permite a aplicação de sanções penais contra indivíduos que impossibilitem as empresas de operar normalmente.
Em entrevista, Okamoto disse ser a vítima de toda esta situação.
A população mais envelhecida do mundo
O episódio de Okamoto pode ser um exemplo de um problema maior no Japão. O país tem a população mais envelhecida do mundo, segundo um levantamento feito em 2018. 28,4% da população do país tem mais de 65 anos.
Este tem sido um problema para o país, que pediu aos seus cidadãos para continuarem a trabalhar até aos 70 anos. Em simultâneo, o Japão importa mão de obra estrangeira para compensar este défice. As empresas estão também a equacionar em soluções tecnologias, como robôs e inteligência artificial, para ajudar no atendimento a idosos.
De acordo com o Japan Today, as lojas de comunicações estão mesmo a considerar aumentar as taxas de serviço devido ao grande influxo de clientes idosos que se deslocam aos espaços para pedir ajuda em temas não relacionados com o setor de comunicações. Aderir à plataforma de streaming Netflix ou enviar um email são alguns dos exemplos apontados pelo jornal japonês.
