O estado de emergência não tem extensão ao nível nacional. As medidas serão aplicadas de acordo com as autoridades locais.
O Japão anunciou esta segunda-feira que vai declarar o estado de emergência a partir desta terça-feira, dia 7 de março, durante um mês. Segundo o Público, a medida abrange Tóquio, Osaka e cinco outras prefeituras e surge na na sequência de pressões crescentes sobre o primeiro-ministro Shinzo Abe para conter o avanço da pandemia.
“Esta declaração do estado de emergência visa não só garantir que o sistema médico permanece intacto como pedir ainda maior cooperação da parte das pessoas para evitar contactos entre elas e reduzir as infeções tanto quanto for possível”, explicou o governante.
A declaração oficial de estado de emergência permitirá que as autoridades locais solicitem que os cidadãos evitem deixar as suas casas se não for necessário ou exijam que empresas e instituições permaneçam fechadas, segundo a EFE.
O estado de emergência não tem extensão ao nível nacional, mas as medidas serão aplicadas prontamente e de acordo com o caso pelas autoridades locais conforme julgarem apropriado.
Por esse motivo, o estado de emergência o Japão não implicará as mesmas medidas de contenção observadas noutros países. O governador de cada província abrangida terá o poder de “pedir” à população que permaneça em casa, saindo apenas para tarefas essenciais como ir ao supermercado ou à farmácia.
Escolas e outros espaços públicos são aconselhados a fechar, enquanto as empresas devem aplicar as medidas de controlo da epidemia. O estado de emergência prevê ainda que os governos locais possam requisitar terrenos para instalar serviços de apoio médico temporários.
O chefe de Governo japonês anunciou ainda um plano para apoiar a economia do país com 108.000 biliões de ienes (915 biliões de euros) para combater as consequências da pandemia na atividade da terceira potência económica do mundo. O plano prevê transferências de dinheiro para as famílias mais necessitadas e apoio às empresas e ao emprego.
Abe hesitou em avançar para a declaração do estado de emergência, uma atitude que motivou várias críticas à sua atuação enquanto primeiro-ministro.
Vários especialistas têm sublinhado que o Japão não tem feito o suficiente para conter a pandemia e que o país “precisa de ter a coragem para mudar”, disse Kentaro Iwata, especialista no controlo de infeções da Universidade de Kobe, citado pela CNN. Se isso não acontecer, “poderemos ver outra Nova Iorque em Tóquio”.
O Japão tem 3.900 pessoas infetadas, uma subida de 83 novos casos esta segunda-feira. No domingo, o país tinha registado a maior subida de sempre, com 143 novos casos.
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