James Webb captura detalhes das quatro mais distantes galáxias já vistas

NASA GSFC / CIL / Adriana Manrique Gutierrez

Impressão de artista do Telescópio Espacial James Webb no Espaço

Impressão de artista do Telescópio Espacial James Webb no Espaço

O Telescópio Espacial James Webb descobriu as quatro galáxias mais distantes jamais observadas, uma das quais formado apenas 320 milhões de anos após o Big Bang, quando o Universo ainda estava na sua infância.

O James Webb desencadeou uma torrente de descobertas científicas desde a sua entrada em funcionamento no ano passado, espreitando mais longe do que nunca para os alcances distantes do Universo – o que também significa a olhar para trás no tempo, relatou o Science Alert.

Quando a luz das galáxias mais distantes chega à Terra, já foi esticada pela expansão do Universo e deslocada para a região infravermelha do espetro da luz.

O instrumento NIRCam, do James Webb, tem uma capacidade sem precedentes de detetar esta luz infravermelha, detetando também, e rapidamente, uma gama de galáxias nunca antes vistas.

Em dois estudos publicados na Nature Astronomy, os astrónomos revelaram ter “detetado inequivocamente” as quatro galáxias mais distantes alguma vez observadas. Estas datam de 300 a 500 milhões de anos após o Big Bang, quando o Universo tinha apenas 2% da sua idade atual.

Isto significa que as galáxias são da “época da reionização”, um período em que se acredita terem surgido as primeiras estrelas. A época surgiu diretamente após a era negra cósmica criada pelo Big Bang.

Stephane Charlot, investigador do Instituto de Astrofísica de Paris e um dos autores dos dois novos estudos, disse que a galáxia mais distante – chamada JADES-GS-z13-0 – formou-se 320 milhões de anos após o Big Bang. Esta é a maior distância alguma vez observada pelos astrónomos, referiu.

O James Webb também confirmou a existência da JADES-GS-z10-0, que data de 450 milhões de anos após o Big Bang e que tinha sido anteriormente avistada pelo Telescópio Espacial Hubble.

Todas as quatro galáxias são “muito baixas em massa”, pesando cerca de cem milhões de massas solares, indicou Stephane Charlot.

As galáxias são “muito ativas na formação estelar em proporção à sua massa”, continuou, acrescentando que essas estrelas estavam a formar-se “ao mesmo ritmo que a Via Láctea”, uma velocidade que foi “surpreendente tão cedo no Universo”. As galáxias são também “muito pobres em metais”, notou.

Esses dados são consistentes com o modelo padrão da cosmologia, o melhor entendimento da ciência sobre o funcionamento do Universo, que diz que quanto mais próximo do Big Bang, menos tempo há para que tais metais se formem.

No entanto, em fevereiro, a descoberta de seis enormes galáxias de 500 a 700 milhões de anos após o Big Bang levou alguns astrónomos a questionar o modelo padrão. Essas galáxias, também observadas pelo James Webb, eram maiores do que se pensava ser possível tão pouco tempo após o nascimento do Universo.

Pieter van Dokkum, astrónomo da Universidade de Yale não envolvido nas últimas investigações, saudou a confirmação das quatro recém-descobertas galáxias.

“A fronteira move-se quase todos os meses”, comentou, notando que há agora “apenas 300 milhões de anos de história inexplorada do Universo entre estas galáxias e o Big Bang”.

O telescópio Webb observou possíveis galáxias ainda mais próximas do Big Bang, mas estas ainda não foram confirmadas, completou.

ZAP //

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