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Já se sabe onde se vão sentar os novos partidos no Parlamento

Mário Cruz / Lusa

A deputada do Livre vai sentar-se entre PCP e PS, o deputado da Iniciativa Liberal entre PSD e CDS-PP e o deputado do Chega o mais à direita, todos na segunda fila.

A conferência de líderes decidiu que estes serão os lugares das três forças estreantes no parlamento na primeira sessão plenária da XIV Legislatura, ainda sem data marcada, que poderão depois manter-se ou não nas restantes sessões.

Joacine Katar Moreira, deputada eleita pelo Livre, vai sentar-se na segunda fila, à esquerda do hemiciclo, entre o PS e o PCP, atrás do deputado da primeira fila do Partido Ecologista Os Verdes. O segundo deputado do PEV ficará ao lado do PCP, de acordo com o Diário de Notícias.

João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, e André Ventura, do Chega, vão sentar-se também na segunda fila, mas do outro lado do hemiciclo. O deputado liberal estará na 5.ª cadeira a contar da direita, ao lado de três deputados do CDS.

Na ponta mais à direita dessa fila, na primeira cadeira, vai ficar André Ventura, imediatamente atrás de um dos dois deputados do CDS que ficam à frente. Os centristas, que passam de 18 para cinco deputados, têm agora apenas dois assentos na fila da frente.

Por sua vez, o Partido Ecologista “Os Verdes” passa a ter um lugar na primeira fila, assim como o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), por constituírem grupos parlamentares, respetivamente, com dois e quatro deputados. O PAN fica entre as bancadas parlamentares do PS e do PSD, que ficam logo atrás.​​​​​​

O BE fica na mesma posição da legislatura que agora termina: na ponta esquerda, ocupando os mesmos 19 lugares que já tinha.

Estas decisões foram transmitidas aos jornalistas pela porta-voz da conferência de líderes, a socialista Sandra Pontedeira, com o auxílio de um mapa do hemiciclo.

A conferência de líderes reuniu esta quarta-feira para acertar pormenores para o arranque da sessão legislativa. Segundo a porta-voz da conferência e líderes, não ficou ainda fechada a data para o início da sessão legislativa, mas ficou decidido que nessa primeira sessão vai ser feita a eleição do próximo Presidente da Assembleia da República, bem como de toda a composição da mesa da Assembleia da República.

Os grupos parlamentares terão de indicar nomes das suas bancadas até às 18h da véspera.

Iniciativa Liberal critica decisão

A Iniciativa Liberal criticou esta quarta-feira que a conferência de líderes parlamentares tenha “ignorado uma vontade demonstrada publicamente” sobre o lugar a atribuir ao deputado eleito no hemiciclo, uma decisão tomada “sobre deputados que não estão presentes”.

Numa posição escrita enviada à agência Lusa, o partido Iniciativa Liberal considera que “as conclusões da conferência de líderes demonstram uma vez mais o sentimento de propriedade que alguns têm da democracia”. “Tomam decisões sobre deputados que não estão presentes e, neste caso, até ignorando uma vontade demonstrada publicamente. Voltaremos, assim que os trabalhos começarem, a demonstrar a nossa vontade de estar o mais distante dos extremos”, critica.

Segundo a Iniciativa Liberal, “o mundo evoluiu, mas alguns continuam presos a estereótipos da revolução francesa”, numa referência à divisão entre esquerda e direita. “Mas não faremos disto um impedimento para a afirmação das políticas liberais, que serão bem mais afirmadas em propostas e intervenções, do que um lugar específico num hemiciclo que, tal como a política portuguesa, precisa de se renovar”, garante.

Em entrevista à agência Lusa divulgada no passado fim-de-semana, o deputado eleito da Iniciativa Liberal, Cotrim de Figueiredo, revelou que se queria sentar “o mais longe dos extremos possível” no plenário da Assembleia da República, ou seja, sentando-se a meio do hemiciclo, referindo que o seu partido, fundado em 2017, tem um “agnosticismo” relativamente à divisão esquerda-direita, que remonta à Revolução Francesa.

“Gostaríamos de estar algures numa segunda dimensão, porque não nos revemos de todo nesta geometria, mas o hemiciclo é o que é, não será por nós que se vai fazer obras, portanto, tudo o que posso dizer é que vamos querer estar o mais longe dos extremos possível”, declarou então, confirmando que “o meio é o que está mais longe”.

ZAP // Lusa

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