A Inteligência Artificial está a mudar o mundo de uma forma que nunca antes foi vista. Um exemplo disso é o ChatGPT, um modelo de linguagem pré-treinado desenvolvido pela OpenAI.
O ChatGPT é capaz de gerar respostas humanas a perguntas e comandos de forma quase indistinguível de um ser humano.
Isso tem sido uma mudança significativa para a indústria de tecnologia, pois permite que empresas criem chatbots mais avançados e capazes de fornecer, por exemplo, serviços de atendimento ao cliente de forma mais eficiente.
Além disso, o ChatGPT também tem sido usado em assistentes virtuais, como o Google Assistant, para tornar as interações com os utilizadores mais naturais e autênticas.
A Inteligência Artificial, em geral, começa a ter também um impacto significativo no mercado de trabalho.
Enquanto alguns temem que a IA possa levar ao desemprego em massa, outros acreditam que no futuro pode libertar os trabalhadores de tarefas repetitivas e permitir que se concentrem em atividades mais criativas e importantes.
A IA está também a ser cada vez mais usada nas indústrias criativas, como a música e o cinema, para criar obras de arte e conteúdo de forma mais rápida e eficiente — um uso que tem levantado enorme controvérsia nas comunidades artísticas.
O impacto da IA na economia começa também a mostrar-se significativo.
As empresas estão a usar a IA para automatizar tarefas e processos, o que pode levar a uma maior eficiência e a custos mais baixos. No entanto, há preocupações de que a IA possa desequilibrar a economia, levando a desigualdades mais amplas entre quem têm acesso à tecnologia ou não.
Em resumo, o ChatGPT e a IA em geral estão a mudar o mundo de uma forma nunca antes vista.
E, se tem dúvidas disso, saiba que tudo o que leu acima foi escrito pelo ChatGPT. Sim, este é o primeiro parágrafo neste artigo que foi escrito por um humano.
Para ilustrar radicalmente o impacto da IA no futuro que se desenha para o nosso mundo, o ZAP usou a aplicação da OpenAI para gerar um texto jornalístico, em português, sobre um dado tema.
A query que submetemos ao ChatGPT foi esta:
Escreve-me uma notícia sobre a forma como o ChatGPT funciona, de que maneira está a mudar o mundo, como a Inteligência Artificial em geral vai influenciar o mercado de trabalho, a economia e as indústrias criativas, que vantagens tem e que perigos pode representar.
E o resultado foi o que se viu acima. Não foi perfeito, diga-se, nem tão detalhado como gostaríamos.
Qualquer jornalista do ZAP, com um par de horas de investigação, teria feito um trabalho melhor, com detalhes mais interessantes e abordando de forma mais consistente os aspetos controversos deste fenómeno emergente.
Mas demoraríamos um pouco mais de tempo do que os 3 minutos que gastámos a construir a query, e os 18 segundos que a IA demorou a gerar o texto.
Teríamos também provavelmente explicado de forma mais profunda como a aplicação gera os seus textos — agregando dados recolhidos em toda a internet (à maneira do Google), mastigando-os, associando informação e aprendendo a dar a resposta pedida pelo utilizador.
Talvez tivéssemos ainda abordado a forma como o próprio Google se encontra em alerta vermelho com a novidade, que considera uma ameaça — não para os utilizadores, nem para a Humanidade, mas para a sua própria existência.
Com efeito, há quem anteveja um futuro próximo no qual os utilizadores deixam de perguntar ao Google — que apenas dá links para as respostas — e passem a fazer pedidos a uma qualquer inteligência artificial, que nos responde de forma mais completa, abrangente, numa linguagem fluída e natural.
O Deus da Internet está com medo da IA.
Também muitos profissionais de diferentes áreas estão inquietos perante a perspetiva de que no futuro o seu trabalho seja desnecessário e os seus serviços ou produtos criativos sejam made by AI.
Talvez seja cedo para tais receios. Afinal, alguém tem ainda que produzir, com rigor e conhecimento de causa, toda a imensa quantidade de informação de que a IA necessita para gerar as respostas mágicas que dá.
E, como nos disse o ChatGPT, não há apenas desvantagens. Sucedem-se os exemplos de pessoas que experimentaram (com sucesso) fazer pedidos à IA — como o caso de alguém que dela recebeu o texto da sua tese de mestrado, ou o próprio código de um problema informático com que venceu um concurso de programação.
O mundo está a mudar — ou melhor, enquanto a IA esfregava um olho, já mudou.
Uma IA vale mil imagens
Este artigo não é, no entanto, a primeira vez que os leitores do ZAP foram servidos com conteúdo gerado por IA.
Em quatro ocasiões anteriores, o DALL-E-2, a aplicação gráfica da mesma OpenAI, deu-nos uma ajuda preciosa para ilustrar, com imagens interessantes e apropriadas ao tema, uma dada notícia.
Na passado dia 5 de novembro, usámos o DALL-E-2 pela primeira vez, na notícia “Todas as bananas são radioativas. Será seguro comê-las?“. Precisávamos da foto certa, e pedimos-lhe que nos gerasse o seguinte trabalhinho:
Woman eating a radioactive banana in a restaurant
Após algumas tentativas e variações, o convincente resultado apresentado pela IA foi este:
Uns dias mais tarde, procurámos a ajuda da mesma IA para ilustrar mais uma notícia, “Soldado russo executado à marretada pelo Grupo Wagner“. O DALL-E-2 respondeu-nos assim ao pedido de “the horror of war with a dead executed soldier on the ground“:
A 8 de dezembro, ilustrámos “São Francisco desiste de ter robôs assassinos” com uma foto gerada pelo DALL-E-2 em resposta à query “A cyberpunk police robot with a powerful gun in a city street with a post apocalyptic scenario“.
E finalmente, no dia 11, recorremos de novo à magia da IA para ilustrar a notícia “Pessoas a comer rações e aquecer comida com velas […]” com uma fotografia que tivesse uma pessoa, no limiar da pobreza, a comer rações aquecidas à luz da vela.
Nenhum dos bancos de imagem que usamos habitualmente teria esta imagem, com estes detalhes. O DALL-E-2 tinha-a, e respondeu assim:
Bem, o DALL-E-2 parece ter particular jeito para nos ajudar a ilustrar notícias bizarras ou algo sinistras. Ou então, os nossos bancos de imagens são mais ricos em fotos com flores e alegria que nos dispensam de recorrer a soluções radicais.
O trabalho do DALL-E-2 parece ser nesta altura mais convincente a gerar imagens com qualidade (apesar de algum efeito uncanny valley) do que o do seu irmão mais novo ChatGPT a gerar texto. No entanto, a verdade é que tentámos mais 2 ou 3 vezes pedir-lhe ajuda para ilustrar notícias — com efeitos desastrosos.
Mas, com mais ou menos imperfeições, o futuro está AI.
E então, adivinhe agora o que fizemos quando precisámos de uma pintura de “people surprised with the future of technology and this brave new world in a Salvador Dali style” para ilustrar este artigo…
Isto é só a pontinha do iceberg… mas sinceramente, acho que daqui a uns anitos vamos todos ver que de iceberg isto não tem nada, isto é a Europa mesmo…e não me refiro ao continente…