A cidade de São Francisco, nos EUA, voltou atrás na decisão de autorizar a polícia a usar robôs equipados com armas letais.
A proposta, que tinha sido aprovada a semana passada pelo Conselho de Supervisores, o órgão legislativo da cidade local, permitiria que a polícia tivesse acesso a robôs com a capacidade de matar.
A decisão foi alvo de duras críticas por parte de grupos de defesa das liberdades civis.
Depois de votar por unanimidade a suspensão a proposta na terça-feira, o Conselho enviou a questão a uma comissão especializada para uma análise mais aprofundada.
A medida, a ser aprovada, teria permitido ao Departamento de Polícia de São Francisco matar suspeitos com robôs em situações extremas. A polícia da cidade tem já 12 robôs, usados maioritariamente para desarmar explosivos.
Catherine Connolly, do grupo ativista Stop Killer Robots, afirmou à BBC que a decisão representava um “terreno escorregadio”, que poderia distanciar os humanos das mortes.
Manifestantes e vários membros dissidentes do Conselho reuniram-se na escadaria da autarquia local, fazendo um apelo para que a cidade revertesse a decisão.
Em segunda votação, habitualmente destinada a endossar as decisões do Conselho, o órgão de governo da cidade decidiu alterar o sentido do voto. A proposta original agora rejeitada agora será aperfeiçoada ou totalmente descartada.
A polícia argumentou que os robôs só seriam usados em circunstâncias extremas. Segundo Robert Rueca, porta-voz da SFPD, os “robôs poderiam potencialmente ser equipados com cargas explosivas para romper estruturas fortificadas contendo pessoas violentas, armadas ou perigosas”.
Segundo Rueca, os robôs também poderiam ser usados para “incapacitar ou desorientar suspeitos violentos, armados ou perigosos que representassem risco de morte”.
Este tipo de robô letal já está em uso noutras cidades dos Estados Unidos. Em 2016, a polícia de Dallas, no Texas, usou um robô armado com explosivos C-4 para matar um atirador que tinha assassinado cinco agentes da polícia local e ferido vários outros.
A votação ocorreu depois de uma nova lei no Estado da Califórnia, aprovada este ano, ter determinado que as forças policiais da cidade mantenham um inventário dos equipamentos de nível militar e obtenham aprovação para seu uso.
ZAP // BBC