Já morreram 136 membros da ONU em Gaza. Israel boicota trabalho humanitário

EPA/Chris J. Ratcliffe

António Guterres

Esta sexta-feira, morreu mais um membro da Organização das Nações Unidas, na Faixa de Gaza, juntamente com a sua família. António Guterres diz que o que se está a passar é “algo nunca antes visto” e lamenta que Israel esteja a criar tantos obstáculos à distribuição de ajuda humanitária dentro de Gaza.

O secretário-geral das Nações Unidas António Guterres lamentou a morte de mais um funcionário da organização (já lá vão 136), na Faixa de Gaza, desde o início do conflito, “algo que nunca foi visto antes na história da ONU”.

A declaração de Guterres surgiu esta sexta-feira, horas depois do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP, na sigla em inglês) ter anunciado a morte de um dos funcionários e da sua família no enclave palestiniano.

“Estamos profundamente tristes por anunciar a morte do nosso colega Issam Al Mughrabi e da sua família, mortos num ataque aéreo em Gaza”, declarou o UNDP, numa declaração na rede social X (antigo Twitter).

A agência lembrou que “as Nações Unidas e os civis em Gaza não são alvos” do atual conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Numa publicação também na rede social X, António Guterres lamentou que “a maior parte” do pessoal da ONU “tenha sido forçado a fugir das suas casas” e prestou “homenagem a eles e aos milhares de trabalhadores humanitários que arriscam as suas vidas ao apoiar os civis em Gaza”.

Noutra publicação, Guterres acusou Israel de “criar enormes obstáculos à distribuição de ajuda humanitária dentro de Gaza”.

“Uma operação de ajuda eficaz em Gaza requer segurança; pessoal que possa trabalhar em segurança; capacidade logística; e a retoma da atividade comercial”, acrescentou o secretário-geral da ONU.

Pelo menos 18 pessoas morreram na sexta-feira, depois de o exército de Israel bombardear uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, avançou a agência de notícias palestiniana Wafa.

O ataque das Forças de Defesa de Israel, que ocorreu no leste do campo de refugiados, também deixou dezenas de feridos, de acordo com fontes locais citadas pela agência.

Também na sexta-feira, durante uma outra ofensiva, os aviões israelitas destruíram uma fábrica de dessalinização de água na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

O Crescente Vermelho Palestiniano denunciou igualmente um outro “bombardeamento pesado” nas imediações do Hospital Al Amal, na cidade de Khan Younis.

ZAP // Lusa

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