MAXAR TECHNOLOGIES/EPA

magem de satélite disponibilizada pela Maxar Technologies mostra a instalação nuclear de Fordow, Irão.
Ataque israelita “demorou anos” a ser engendrado e já atrasou bomba nuclear iraniana “em dois ou três”. Conflito será “prolongado”, avisou o chefe de gabinete das Forças de Defesa de Israel (IDF).
Israel estará a ponderar uma operação terrestre com forças especiais para destruir a fortaleza nuclear de Fordow, no Irão, caso os EUA não entrem no conflito.
A informação de que Israel destruirá com ou sem o apoio militar dos EUA o maior local de enriquecimento de Urânio do Irão tem sido avançada por múltiplas fontes.
“Israel tem um plano para Fordow e a capacidade de o executar por conta própria”, disse um alto responsável militar ao The Wall Street Journal.
Alguns especialistas concordam: Israel poderia destruir Fordow 2durante um ataque de comandos”, admite David Albright, fundador e presidente do Instituto para a Ciência e Segurança Internacional, em Washington, à Bloomberg. “Poderiam rachar o teto ou minar a estrutura de suporte dos pavilhões. Podem dificultar muito o acesso ao edifício”, adianta.
Kenneth Pollack, do Middle East Institute, aponta para a possibilidade de uma operação semelhante à que as tropas israelitas levaram a cabo em setembro passado na Síria, antes de o antigo Presidente Bashar al-Assad ter sido afastado do poder.
Com dois longos túneis com centrifugas a cerca de 90 metros de profundidade, em seis quilómetros quadrados, Fordow está “embutida” nas montanhas, profundamente enterrada e fortificada perto da cidade de Qom.
Fordow uma das instalações nucleares subterrâneas que Israel terá de destruir para conseguir aniquilar o programa nuclear iraniano. Mas os israelitas não terão neste momento o arsenal necessário para o fazer, têm reforçado vários especialistas e fontes, e esperam pela ajuda de Trump.
Resta saber se os poderosos bombardeiros B-2 norte-americanos vão atacar a fortaleza nuclear iraniana, ou se Israel — caso a decisão de Trump passe por não se envolver na guerra — dará início a uma operação terrestre na zona cuja destruição, aos olhos de Israel, é fundamental para pôr fim ao programa nuclear iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou entretanto este sábado danos no reator de água pesada de Arak, no oeste do Irão. Um cenário de ataque a Fordow seria muito, muito preocupante para a população envolvente.
Um ataque à fortaleza poderia muito possivelmente libertar hexafluoreto de urânio, conhecido como UF6, que entrando em contacto com água pode dar origem a ácido fluorídrico — altamente corrosivo para os pulmões humanos, ao originar queimaduras e possivelmente cancro, por inalação sem proteção. Um ataque à fortaleza de Natanz apresenta o mesmo ou ainda maior perigo, por se encontrar mais à superfície.
IDF prepararam ataque “durante anos” em segredo
Os ataques israelitas que começaram a atingir o Irão há oito dias estiveram a ser preparados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) “durante anos”, e sob “rigoroso sigilo”, foram acelerados nos últimos meses.
A emergência de Israel deveu-se a um “ponto de não retorno” atingido nos últimos meses pelo Irão, que “durante anos, esteve a construir um claro plano para aniquilar Israel, disse esta sexta-feira o o chefe de gabinete das IDF, Eyal Zamir, que deu a ordem de ataque há uma semana, em mensagem dirigida aos cidadãos israelitas.
O mesmo responsável adianta que o Irão aumentaria o seu número de mísseis de 2.500 para 8.000 nos próximos dois anos
Israel optou atacar agora por uma questão de oportunidade, disse ainda: se os ataques fossem atrasados, havia o risco de perder as “condições operacionais e estratégicas” que permitiram o início da ofensiva sem precedentes.
“Estamos a preparar-nos para uma série de possíveis desenvolvimentos. Embarcámos na campanha mais complexa da nossa história” disse Zamir, realçando que as IDF se preparam para uma guerra “prolongada”.
Os ataques israelitas da madrugada deste sábado terão matado pelo menos cinco membros da Guarda Revolucionaria iraniana, segundo Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita estimou que a capacidade do Irão para desenvolver uma bomba nuclear foi “adiada em pelo menos dois ou três anos”, após os ataques de Israel a centenas de instalações militares e nucleares.
Guerra no Médio Oriente
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