Haitham Imad / EPA

Israel matou chefe do Estado-Maior do Irão em noite de “vários ataques em grande escala”. “Todos devem sair já” de Teerão, avisou Trump; “um único telefonema” seu resolvia tudo, diz Irão. E Turquia também “encheu o peito”.
O exército israelita anunciou esta terça-feira ter efetuado “vários ataques em grande escala” durante a noite contra alvos militares no oeste do Irão, quando os dois países somam já 5 dias consecutivos em confronto bélico.
Um dos ataques terá levado à morte do chefe do Estado-Maior do Irão, Ali Shadmani, um dos militares mais graduados do país e o conselheiro militar do líder iraniano Ali Khamenei.
“Durante os ataques, dezenas de instalações de armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra foram atingidas”, assim como “lançadores de mísseis terra-ar e locais de armazenamento de drones” no oeste do Irão, afirmou o exército em comunicado, com imagens que disse mostrarem o momento em que os lançadores de mísseis foram atingidos.
Apesar dos apelos cada vez mais urgentes para que os dois países ponham fim às hostilidades, nem Israel nem o Irão mostraram sinais de apaziguamento desde o início dos ataques aéreos na sexta-feira, quando Israel lançou uma série sem precedentes de ataques aéreos contra instalações nucleares e militares iranianas.
Após uma nova vaga de ataques israelitas à capital iraniana, incluindo um ataque a um edifício da televisão estatal — que resultou em pelo menos três mortos, segundo as autoridades iranianas — ambos os países ativaram os respetivos sistemas de defesa antimíssil na segunda-feira à noite.
“Todos devem sair já de Teerão” — e um sinal preocupante de Trump
Donald Trump abandonou precocemente a reunião do G7 esta segunda-feira, fazendo soar os alarmes de que estamos perante uma provável escalada de conflito.
Mas o Presidente norte-americano afirmou que o abandono antecipado da reunião do Grupo dos Sete, no Canadá, não tem “nada a ver” com um cessar-fogo entre Israel e o Irão, é “muito maior do que isso”.
“O Presidente Emmanuel Macron, de França, procura publicidade e disse erradamente que eu deixei a Cimeira do G7, no Canadá, para voltar a Washington para trabalhar num ‘cessar-fogo’ entre Israel e o Irão. Errado!“, escreveu Trump na sua rede social Truth Social, pouco depois de embarcar no Air Force One para um voo com destino à capital norte-americana.
“Ele não faz ideia porque é que eu estou agora a caminho de Washington, mas certamente não tem nada a ver com um cessar-fogo. É muito maior do que isso”, escreveu Trump. “De propósito ou não, Emmanuel engana-se sempre. Fiquem atentos!”, acrescentou o chefe de Estado dos Estados Unidos, que convocou de urgência o Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) em Washington, antes de sair do Canadá.
Trump deu ordens aos membros do NSC para que se reunissem na sala de crise da Casa Branca, onde chegará vindo do Canadá, depois de ter abandonado abruptamente a Cimeira em Kananaskis (Montanhas Rochosas canadianas). O líder norte-americano recusou-se a falar sobre a reunião. “Tenho de regressar cedo”, disse Trump, que evitou uma pergunta sobre a reunião do NSC.
O Presidente dos Estados Unidos apelou através da sua rede social Truth Social para que “toda a gente se retire de Teerão imediatamente”.
“O Irão devia ter assinado o ‘acordo’ quando eu lhes disse para assinarem. Que vergonha e que desperdício de vidas humanas. Para simplificar, o IRÃO NÃO PODE TER ARMAS NUCLEARES”, escreveu ainda.
Irão quer negociar: “um único telefonema” de Trump pode travar guerra
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse esta segunda-feira que, se o Presidente dos Estados Unidos quiser, poderá travar a guerra entre o Irão e Israel “com um único telefonema”.
“Um único telefonema de Washington seria suficiente para amordaçar alguém como [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu e abrir caminho para o regresso da diplomacia”, disse Abbas Araqchi numa mensagem divulgada na rede social X.
“Se [Donald] Trump for sincero em relação à diplomacia e quiser interromper esta guerra, os próximos passos são óbvios. Israel precisa de cessar a sua agressão. Se não houver uma cessação completa da agressão militar contra nós, as nossas respostas continuarão”, avisou o chefe da diplomacia iraniana.
Araqchi acrescentou que o ataque israelita ao Irão e as mortes de “centenas de civis inocentes” são “um fracasso em frustrar um acordo entre o Irão e os Estados Unidos”, que admitiu estar até agora “no bom caminho”. O ministro iraniano lembrou que “Netanyahu é um criminoso de guerra procurado” que “enganou um Presidente norte-americano após outro para travar guerras durante quase três décadas”.
“Está a fazer com que mais um Presidente norte-americano e cada vez mais contribuintes norte-americanos pareçam completos idiotas”, argumentou.
Araqchi insistiu que o seu país “não iniciou esta guerra e não quer perpetuar o derramamento de sangue”, prometendo também lutar “orgulhosamente até à última gota de sangue” para proteger o território e o povo. A mensagem é acompanhada por imagens de uma sessão com Netanyahu perante o Congresso dos EUA em 2002, na qual o primeiro-ministro israelita defendeu a necessidade de invadir o Iraque porque esse país pretendia adquirir a bomba atómica.
Se ayatollah morrer, “a guerra acaba”
Em Israel, o exército pediu aos residentes que se abrigassem dos mísseis iranianos. O primeiro-ministro israelita afirmou esta segunda-feira que os bombardeamentos contra o Irão atrasaram o programa nuclear iraniano “por muito, muito tempo” e defendeu que a ofensiva militar em curso vai “mudar a face do Médio Oriente”.
Em videoconferência de imprensa, Netanyahu indicou que não pretende derrubar o regime de Teerão, mas disse que não ficaria surpreendido se isso acontecesse, ao mesmo tempo que não descartou o assassínio do líder supremo iraniano, Ali Khamenei. “Vamos fazer o que for necessário”, declarou ao ser questionado sobre essa possibilidade.
O líder israelita considera que a “guerra acaba” se Líder Supremo do Irão for morto. Sabe-se que ayatollah, atualmente escondido num bunker, está na lista de alvos a abater por parte de Israel. Confirmou-o esta segunda-feira o embaixador israelita nos EUA.
A morte do homem mais poderoso e símbolo da teocracia “não ia escalar o conflito, [mas sim] acabar com o conflito“, disse, claramente, Netanyahu esta segunda-feira.
Israel dirige-se ao povo iraniano: “terão oportunidade de ser livres”
Os iranianos estão a descobrir que “o regime é muito mais fraco” do que pensavam, observou o primeiro-ministro de Israel, acrescentando que as Forças de Defesa de Israel estão a eliminar os altos comandantes militares iranianos “um por um”.
Benjamin Netanyahu apelou ao povo iraniano para que se insurja contra a “tirania” no poder, afirmando que em breve terá “uma oportunidade de ser livre“, numa entrevista ao canal Iran International.
Uma “luz foi acesa, levem-na para a liberdade”, afirmou Netanyahu na entrevista ao canal em Londres. Nesta entrevista de 13 minutos, o primeiro-ministro israelita insistiu que o povo iraniano não é um “inimigo”.
“Temos um inimigo comum e estamos a combatê-lo com determinação, e acredito que em breve terão a oportunidade de ser livres”, acrescentou.
“É o mal contra o bem, e é tempo de as pessoas certas se levantarem com as pessoas certas – as pessoas certas no Irão e as pessoas certas em todo o mundo – contra esta loucura que nos está a ser imposta a todos por esta tirania”, disse Netanyahu.
“Sei que o Irão pode recuperar a sua grandeza. O Irão foi uma grande civilização, e esta violência teológica que tomou o vosso país como refém não durará muito tempo”, afirmou.
EUA vão envolver-se diretamente no conflito?
Os Estados Unidos já estão a ajudar Israel a intercetar os mísseis iranianos apontados ao seu território.
O porta-voz da Casa Branca, Alex Pfeiffer, escreveu na rede social X na segunda-feira à noite que as forças norte-americanas “estão numa posição defensiva” no Médio Oriente “e isso não mudou”.
As declarações surgem numa altura em que os meios de comunicação israelitas sugerem que as forças norte-americanas podem estar diretamente envolvidas em ataques contra o Irão. Entretanto, o porta-aviões americano Nimitz, que se encontrava no Mar do Sul da China, virou para oeste e dirige-se para o Médio Oriente, confirmou um funcionário do Pentágono. Está atualmente a subir o estreito de Malaca, entre a ilha indonésia de Sumatra e a Malásia.
Portais na Internet que geolocalizam em tempo real as posições dos aviões em todo o mundo identificaram o movimento de cerca de 30 aviões de abastecimento norte-americanos no domingo à noite, que se descolaram dos Estados Unidos em direção a várias bases militares na Europa.
Turquia aumenta arsenal de mísseis: “ninguém ousará desafiar-nos”
A Turquia vai aumentar o arsenal de mísseis de médio e longo alcance “para um nível dissuasor“, anunciou o Presidente turco esta segunda-feira, justificando que tomou esta decisão “à luz dos desenvolvimentos recentes”.
Recep Tayyip Erdogan referia-se ao conflito entre Israel e o Irão, iniciado por uma vaga de bombardeamentos israelitas contra o território iraniano.
“Em pouco tempo, teremos atingido um nível de capacidade defensiva em que ninguém ousará desafiar-nos“, declarou, no final de uma reunião do Conselho de Ministros.
Segundo Erdogan, os bombardeamentos contra alvos militares e instalações nucleares no Irão demonstram que Israel é a maior ameaça à segurança e à estabilidade no Médio Oriente. A cada dia que passa, prosseguiu, “torna-se mais claro que o ataque [israelita] lançado sob o pretexto de atingir instalações nucleares iranianas tem objetivos muito amplos e insidiosos”.
O Presidente da Turquia insistiu que as negociações são a única forma de resolver o diferendo sobre o programa nuclear iraniano.
Israel alega que o Irão está a tentar fabricar uma arma nuclear, embora a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) indique não ter provas deste objetivo, ao mesmo tempo que não pode garantir que o programa iraniano seja totalmente pacífico. O conflito que começou na semana passada já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
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Não apenas acaba a guerra, mas todas as proxys voltam para o tempo das trevas e voltam para o buraco de onde saíram. Talvez haja esperança de paz no Médio Oriente
O Bin Laden foi eliminado há uns anos. Por acaso o terrorismo islâmico desapareceu? Parece-me que não…
Por acaso eu disse que o terrorismo islâmico ia desaparecer? Por acaso o Bin Laden era o Supremo Líder no islão Shia ou Sunita? Bin Laden era apenas um riquinho árabe que pertencia um dos braços da Irmandade Muçulmana que é financiada por Qatar e alimentada com homens e armas pelo ayatollah e Xeique. E não venham com desculpas que são extremistas, todos os muçulmanos apoiam jiade seja financeiramente, apoio nas ruas ou voluntariamente ir para frente e que nenhum vai dizer em publico Jiade é obrigatória para todos a partir do 9 anos excluindo quem tiver problemas mentais…
E AGORA – ISRAEL tem que negociar o que ? Acordos com tiranos e terroristas não levam a nada , porque não cumprem, É só olharem para o passado . ISRAEL não pode ficar refém de facínoras , cercado de bandidos , sofrendo ameaças e invasões e nada vem em sua defesa . Até a ONU torna-se parceira dos perversos terroristas , fornecendo ajuda, tanto na logística criminosa , quanto no financiamento de armamentos , então , nada de acordos DE agora em diante prevalece a máxima – SI VIS PACEM , PARABELLUM !!!!! – É o que pensa , joaoluizgondimaguiargondim .
A esta barbaridade e fruto de muita ignorância que escreveu apenas lhe faço uma pergunta muito simples. Por acaso sabe o significado da palavra colono? E sabe quem são os colonos. E olhe que eu não simpatizo em nada com os muçulmanos.