Ismail al-Zein seria “responsável por dezenas de ataques” contra Israel.
O exército israelita disse hoje ter “eliminado” um dirigente do grupo xiita libanês Hezbollah, num ataque aéreo no sul do Líbano, dois dias depois de ter anunciado a morte de outro dirigente deste movimento num ataque na mesma região.
“Um avião da Força Aérea [de Israel] atingiu um veículo na região de Kounine, no Líbano, no qual Ismail al-Zein viajava”, adiantou o exército israelita este domingo, em comunicado.
O exército descreveu-o como o “comandante de uma unidade (…) responsável por dezenas de ataques” contra Israel.
Today’s Martyr on the Path to Al-Quds.
The martyred Mujahid of the Islamic Resistance, Ismail Ali Al-Zein “Ragheb” born in 1980 from the town of Qabrikha in southern Lebanon.
Glory to the Martyrs! pic.twitter.com/ZFt6qzyvs3
— noon (@khmnoun) March 31, 2024
Em Beirute, uma fonte militar libanesa afirmou que “um drone israelita atingiu um carro na aldeia de Kounine, matando uma pessoa a bordo”. Não foram fornecidos mais pormenores, como noticia a agência France Presse (AFP).
A violência que opõe o exército israelita ao Hezbollah, junto à fronteira com o Líbano, intensificou-se desde outubro do ano passado, na sequência do ataque do Hamas a Israel e da resposta bélica deste país, na Faixa de Gaza.
Esta sexta-feira, a perseguição ao Hezbollah atingiu depósitos de armas na Síria. Pelo menos 36 soldados sírios e seis membros do grupo terrorista morreram. Foram os ataques mais intensos em território sírio nos últimos três anos.
O Hezbollah, pró-iraniano, tem como alvo posições militares israelitas e localidades próximas da fronteira, e Israel responde bombardeando o território libanês, principalmente no sul, e com ataques dirigidos contra oficiais do Hezbollah e do Hamas.
Na sexta-feira, o exército israelita anunciou que tinha morto “Ali Abdel Hassan Naïm, o vice-comandante da unidade de mísseis e foguetes do Hezbollah”, num ataque em Bazouriyé, no sul do Líbano. O Hezbollah confirmou a sua morte.
Em plena ofensiva israelita em Gaza, que já matou mais de 31 mil palestinianos, Esmail Qaani, chefe da Força Quds — um dos cinco ramos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão — reuniu com o líder do grupo Hezbollah Sayyed Hassan Nasrallah em fevereiro, pela terceira vez desde o início do conflito desencadeado pelo Hamas a 7 de outubro.
A visita a Beirute teve o objetivo de discutir o risco de Israel iniciar uma ofensiva no Líbano, numa tentativa de eliminar o movimento xiita tal como pretende fazer com o Hamas em Gaza.
A ofensiva total a norte poderia prejudicar gravemente o principal parceiro regional de Teerão, segundo fontes da Reuters. O líder do Hezbollah garantiu ao chefe do grupo de defesa iraniano que não queria que o Irão fosse arrastado para uma guerra com Israel ou com os EUA e cimentou a sua posição: o Hezbollah lutaria sozinho em cenário de ofensiva israelita.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, pelo menos 348 pessoas foram mortas no Líbano — na sua maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 68 civis – de acordo com uma contagem da AFP.
Do lado israelita, dez soldados e oito civis foram mortos, segundo o exército.
ZAP // Lusa