Terão sido mantidos no túnel de Khan Younis, em vários momentos, cerca de 20 reféns em celas com grades. Famílias montam acampamento de protesto junto à residência do primeiro-ministro israelita para exigir acordo para libertação.
O exército de Israel encontrou e destruiu um longo túnel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde terão estado reféns detidos pelo Hamas, anunciaram esta domingo as forças armadas israelitas, divulgando imagens da rede subterrânea.
“Soldados da 98.ª Divisão operaram num túnel subterrâneo em Khan Younis, onde tinham sido encontrados reféns” e que tinha “830 metros de comprimento e 20 metros de profundidade”, disse um porta-voz militar em comunicado, numa altura em que a ofensiva do exército no enclave palestiniano prossegue no 107.º dia de guerra.
Acrescentou que o acesso ao túnel “estava armadilhado e havia muitos obstáculos, explosivos, portas de correr e portas blindadas no interior”.
Quando os soldados avançaram pelo túnel,“encontraram vários terroristas”, que confrontaram e “eliminaram”, enquanto os reféns já tinham sido transferidos para outro local.
O exército detalhou ainda que na rede subterrânea havia “uma sala central onde os reféns eram mantidos, bem como cinco celas com grades”, os pontos onde as tropas descobriram indícios de que “havia reféns, informações de inteligência e armadilhas da organização terrorista Hamas”.
“De acordo com testemunhos, houve cerca de 20 reféns no túnel em vários momentos”, referiu o comunicado do exército israelita, acrescentando que alguns já foram libertados e outros ainda estarão detidos em Gaza.
A rede subterrânea estava “no coração de uma zona civil em Khan Younis”, onde o exército israelita continua a atuar no terreno.
“O acesso ao túnel estava localizado na residência de um terrorista do Hamas”, segundo os serviços de inteligência, que revelaram que “foram investidos milhões na sua construção”, mas que acabou por ser destruído pelas tropas de Israel.
Famílias exigem acordo
Familiares de reféns israelitas em Gaza montaram na noite passada um acampamento de protesto junto de uma residência do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Cesareia, para exigir um acordo para a libertação dos sequestrados.
“As famílias estão fartas, pedimos um acordo já“, disse o Fórum das Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas, depois de nos últimos dias ter aumentado o nível de protestos para pressionar a libertação dos 136 reféns que continuam em Gaza.
Dezenas de pessoas, muitas delas familiares e amigos dos reféns, iniciaram a mobilização na sexta-feira à noite, montando tendas em frente à residência onde Netanyahu costuma passar os fins de semana e este sábado continuam o protesto.
Nas últimas semanas, aumentou a desconfiança em relação ao Governo e à sua promessa de libertação dos reféns como prioridade, o que é encarado com cada vez mais ceticismo, à medida que o grupo palestiniano Hamas anuncia a morte de mais reféns em Gaza e Netanyahu afirma que só a pressão militar pode levar à sua libertação.
Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns durante o ataque do Hamas a Israel, mas perto de 100 pessoas foram libertadas no âmbito de uma trégua no final de novembro.
ZAP // Lusa
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