Israel tornou-se rapidamente o líder mundial em vacinação contra a covid-19, mas a maioria dos palestinianos residentes na Cisjordânia ocupada aguardam a primeira dose da vacina. Esta disparidade que está a levantar uma onda de críticas.
Os defensores dos direitos humanos alegam que Israel é obrigado, segundo a lei internacional, a fornecer aos palestinianos acesso às vacinas em paridade com o que disponibiliza aos seus próprios cidadãos. Alguns argumentam que Israel tem um imperativo moral de o fazer como um ocupante militar com meios para ajudar.
Realçam ainda a Quarta Convenção de Genebra, segundo a qual os Estados ocupantes têm o dever de garantir a saúde pública das pessoas que vivem sob ocupação “em toda a extensão” possível, especialmente no que diz respeito ao combate a pandemias e doenças.
Por sua vez, os defensores das políticas de Israel recordam que os palestinianos assumiram a responsabilidade pelos serviços de saúde da sua população quando assinaram os Acordos de Oslo em 1993.
As autoridades israelitas sublinham que “embora Israel tenha interesse em garantir a vacinação aos palestinianos, não tem responsabilidade legal de fazê-lo”.
Desta forma, na passada terça-feira, a Autoridade Palestiniana começou a campanha de vacinação na Cisjordânia ocupada depois de ter recebido cerca de duas mil doses de vacinas de Israel.
Contudo, a campanha de vacinação palestiniana está muito aquém de Israel, que com uma população de 9,2 milhões já inoculou mais de 3,3 milhões de pessoas com a primeira dose. Para já, só um pequeno número de médicos e enfermeiros palestinianos receberam as vacinas.
“Louvado seja Deus, sinto-me ótima” afirmou, ao New York Times, a enfermeira Ayman Abu Daoud, de 49 anos que trabalha num hospital em Belém. “As vacinas dão-nos esperança para superar a pandemia, mas ainda temos um longo caminho a percorrer”.
Segundo o NYT, ainda não está claro quando é que os cerca de dois milhões de palestinianos na Faixa de Gaza começarão a receber as vacinas.
No entanto, a Autoridade Palestiniana já revelou que parte das 50 mil vacinas que vai receber se destina aos palestinianos na Faixa de Gaza. Mai al-Kaila, ministro da Saúde da Autoridade Palestiniana revelou que as vacinas serão transferidas para Gaza na próxima quarta-feira.
Porém, Israel já afirmou que a Palestina ainda não apresentou um pedido formal para enviar vacinas para o enclave. Segundo as autoridades israelitas qualquer pedido exigiria a aprovação do Governo de Benjamim Netanyahu.
A Palestina recebeu, na quinta-feira, 10 mil doses da vacina russa Sputnik V. Vai receber ainda 37.440 doses da Pfizer durante o mês de fevereiro e centenas de milhares da AstraZeneca no final de fevereiro ou início de março no âmbito da iniciática Covax, revelou Gerald Rockenschaub, o chefe da missão da Organização Mundial de Saúde.
Coronavírus / Covid-19
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“Empurrem” lá a Astrazeneca para os palestinianos…
Em tudo é preciso ter sorte!
1,80 a vacina da Astra e 17 a da Pfizer não é?! Porque será??!
Báhhh