Israel bombardeia campo de refugiados em Gaza: morreram, pelo menos, 145 pessoas

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Alaa Badarneh / EPA

Campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de Gaza, bombardeado por Israel

O exército israelita confirmou o ataque a campo de refugiados, onde matou um dos comandantes do Hamas. Gaza volta, esta quarta-feira, a ter corte total das linhas telefónicas e de Internet.

Israel confirmou que bombardeou, esta terça-feira, o campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de Gaza.

O exército refere ainda que matou um comandante do Hamas, suspeito de ser um dos responsáveis pelo ataque do movimento palestiniano contra Israel de 7 de outubro.

“A sua eliminação ocorreu como parte de uma grande operação para combater terroristas e infraestruturas terroristas pertencentes ao Batalhão Central de Jabaliya, que assumiu o controlo de edifícios civis na Faixa de Gaza”, disse o Exército.

O alvo do ataque foi identificado como Ibrahim Biari, Comandante do Batalhão Central de Jabaliya do Hamas.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou hoje que pelo menos 50 pessoas morreram num bombardeamento israelita a um campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza.

O bombardeamento, cujo balanço final poderá ser consideravelmente mais elevado, segundo o ministério, destruiu “pelo menos 20 edifícios” no campo de refugiados de Jabaliya.

Num vídeo filmado pela AFPTV, é possível constatar a destruição causada pelo bombardeamento.

Gaza está sem comunicações

Esta quarta-feira, o operador de telecomunicações palestiniano Paltel informou que houve um “corte total” das linhas telefónicas e de Internet, na Faixa de Gaza, cercada pelo exército israelita.

“Lamentamos informar os nossos compatriotas do nosso querido país que as comunicações e os serviços de Internet em Gaza foram completamente cortados”, declarou a Paltel na rede social X (antigo Twitter).

Um jornalista da agência France-Presse em Gaza confirmou o corte, dizendo que tinha acesso a uma rede de telecomunicações através de um cartão SIM internacional.

As comunicações e a Internet já tinham sido cortadas na Faixa de Gaza na sexta-feira, quando Israel efetuou uma série de ataques no território palestiniano, privando 2,4 milhões de habitantes de contacto.

As comunicações foram gradualmente restabelecidas a partir de domingo.

No momento do primeiro corte, a organização humanitária Crescente Vermelho Palestiniano afirmou ter “perdido o contacto com o centro operacional e com todas as equipas na Faixa de Gaza”.

A organização não governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch manifestou preocupação com a possibilidade de o apagão poder servir de “cobertura para atrocidades em massa”.

Contextualização do conflito

O grupo islamita Hamas lançou, a 7 de outubro, um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Não aprenderam nada no tempo em que sofreram com os nazis. Estão praticando as mesmas atrocidades e tal como os nazis, se valem de desculpas fúteis para matar o seu semelhante. Parabéns a todos os governantes que compactuam com essa carnificina humana.

  2. O mundo está vendo quem é o verdadeiro vilão ao matar pessoas inocentes alegando estar caçando terroristas. Agora, os responsáveis de israel buscam uma justificativa por terem sido negligentes com a segurança do seu território.

  3. Quem não souber do que se passou e lê os comentários anteriores dá a sensação que os israelitas acordaram mal dispostos no dia 7 de Outubro e decidiram aniquilar os palestinos apenas porque sim. Pelos ilustres comentários anteriores a atitude correta seria Israel aceitar o que foi feito e dar a outra face a espera de novo ataque agradecendo a deus por só terem morrido alguns israelitas e não todos. ACORDEM !!! e imaginem que fizessem o mesmo no vosso país com familiares vossos.

  4. É uma guerra. Numa guerra morrem civis. É a triste realidade. Sempre assim foi e sempre assim será. Dizer que não podem morrer civis é a mesma coisa que dizer que Israel se tem que render ao Hamas.

    Se Israel se estivesse a borrifar para os civis, não morriam 5000, morriam 50000 ou 100000. Como nos bombardeamentos na 2a GM, aí sim ia tudo a eito. Israel até avisa antecipadamente onde e quando vai atacar, ninguém faz isso!

  5. O que escrevo abaixo nada tem a ver com politiquices de meia tigela nem com esquerdopatias ou direitopatias de ignorante dado a defensor de direitos desviantes. Devo dizer até que admiro nuitas coisas que são feitas pelos israelitas na fotma como gerem e organizam a sua sociedade, mas a forma como têm gerido as abordagens com os palestinianos e esta guerra de atual, NÃO!!!

    Espero que a UEFA, a FIFA e o COI tenham a ética, honestidade e coragem de proibir a participação de atletas israelitas nas próximas competições, pelo menos usando a bandeira desse país ou cujos atletas tenham de alguma forma (seja ela qual tenha sido) apoiado as ações militares de bombardeamento do exército israelita às zonas de Gaza.

    Não está em causa a barbárie que o Hamas praticou nem o direito a que os israelitas se defendam, mas não vale tudo e se Israel quiser ostentar a ideia de nação democrática e defensora de valores humanistas e avançados, não só não deveria permitir o que tem estado a acontecer, e tendo isso acontecido, deverá no futuro próximo vir a condenar os perpetradores das ações criminosas a mando do pior elemento que é o primeiro ministro atual. Só assim poderiam limpar um pouco do crime de genocídio que atualmente estão a cometer sobre Gaza.

    O Hamas fez algo horrível e inaceitável e agora o exércitoisraelita está a fazer pelo menos 10 vezes pior, tendo condições para não o fazer, ou para o fazer de uma forma condigna com um estado de direito, que seria talvez fazer um ataque de aproximação casa a casa com ataques muito pontuais, cirúrgicos e muito mais justificados por bombardeamento. Claro que levaria a muito mais baixas de soldados israelitas, mas para se ter razão, por vezes há coisas que só se pode fazer de determinadas maneiras e nunca fazer o mesmo ou pior do que os que são maus ou vistos como tal, correndo o risco de serem conotados como maus ou ainda piores, que neste caso é o que está a acontecer.

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