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Irlanda diz ‘sim’ ao casamento gay

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Aidan Crawley / EPA

O 'sim' ao casamento gay na Irlanda deverá recolher 62,3% dos votos

O ‘sim’ ao casamento gay na Irlanda deverá recolher 62,3% dos votos

Os irlandeses aprovaram por larga maioria a legislação sobre o casamento homossexual num referendo histórico que decorreu na sexta-feira, referem os primeiros resultados divulgados hoje pela televisão pública RTE e relativos à maioria das assembleias de voto.

Segundo estes resultados, o ‘sim’ deverá recolher 62,3% dos votos quando estavam contabilizadas 40 das 42 circunscrições, garantindo desde já a aprovação da nova reforma constitucional que autoriza o “casamento entre duas pessoas, sem distinção de sexo”.

A Irlanda torna-se assim o 19.º país – o 14.º na Europa e onde se inclui Portugal – a legalizar o casamento homossexual. No entanto, foi o único a organizar um referendo sobre este tema, com os restantes países a optarem pela via parlamentar.

Este resultado, registado 22 anos após a despenalização da homossexualidade, constitui uma derrota para a Igreja católica irlandesa, que promoveu uma campanha ativa pelo ‘não’ e traduz a sua erosão na sociedade irlandesa.

Durante a campanha, a Igreja, apoiada por grupos conservadores, movimentos antiaborto e uma minoria de senadores e deputados, defendeu que o casamento homossexual atenta contra os valores da família tradicional e vai modificar radicalmente os processos de adoção, incidindo negativamente nos direitos dos menores.

A República da Irlanda promulgou em 2010 uma ‘lei de relações civis’ que, pela primeira vez no país, reconhecia legalmente os casais de pessoas do mesmo sexo, mas não as classificava como ‘casamento’ nem lhes conferia proteção constitucional, como passa a ocorrer com a vitória do ‘sim’.

Mais de 3,2 milhões de irlandeses foram chamados na sexta-feira às urnas para se pronunciarem contra ou a favor do casamento homossexual, num país onde a influência da Igreja Católica, embora em declínio, continua forte.

A Irlanda, país de 4,6 milhões de habitantes, votou em 1995 pela legalização do divórcio, apesar de a Igreja também se ter oposto. O aborto continua proibido, sendo apenas praticado caso a vida mãe esteja em perigo.

/Lusa

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