Israel sob ataque do Irão. Civis em abrigos anti-bomba

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Atef Safadi / EPA

Ataque do Irão a Israel, a 13 de abril de 2024.

Todos os civis em abrigos. Explosões em Telavive e Jerusalém. Ataque deverá ser tão massivo como o de abril — e as sirenes do petróleo e GNL também já se fazem soar.

soam sirenes, ouvem-se explosões em Israel e já foram lançados na tarde desta terça-feira mísseis do Irão em direção a Israel, afirmam as Forças de Defesa de Israel (IDF) em comunicado.

Todos os civis estarão a ser encaminhados para abrigos anti-bomba. Foguetes podem cair em solo israelita a qualquer momento, alertam as IDF.

Já se ouvem explosões em Telavive e Jerusalém, revelam testemunhas à agência Reuters. A Cúpula de Ferro vai intercetando os mísseis iranianos.

“Há pouco tempo, foram lançados mísseis do Irão contra o Estado de Israel”, divulgou o exército israelita.

Os Guardas Revolucionários do Irão garantem ter lançado centenas de mísseis contra Israel e confirmam que o ataque é motivado por vingança pelo assassinato de Hassan Nasrallah, mas também do brigadeiro-general Abbas Nilforoushan e do ex-líder do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh. E já avisaram: se Israel retaliar, será alvo novamente.

Os primeiros mísseis demoraram apenas 15 minutos a atingir Israel, o que sugere que são mísseis balísticos, dizem os especialistas a acompanhar a situação.

Há ainda relatos de dois tiroteios em Israel: um em Jaffa, outro em Telavive ambos “com vítimas”, de acordo com o The Jerusalem Post. Dois homens armados, cuja motivação terá sido mesmo espalhar “terror”, foram abatidos.

“Alerta máximo”. Base dos serviços secretos evacuada

Do lado de Israel, espera-se um ataque a três bases aéreas israelitas e outro ataque à base dos serviços secretos em Gillot, situada a norte de Telavive e evacuada esta manhã.

Estamos em alerta máximo, tanto na ofensiva como na defensiva”, garantiu o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) , Daniel Hagari, que disse ainda não ter sido identificada, no entanto, nenhuma ameaça aérea específica do Irão.

O primeiro-ministro israelita também já avisou que estão a chegar “dias de grandes desafios”.

“O que vos peço são duas coisas. Uma, que obedeçam rigorosamente às diretivas do Comando da Frente Interna. Isso salva vidas”, afirmou Benjamin Netanyahu em mensagem partilhada nas redes sociais: “E segundo, que se mantenham unidos”.

“Ao ouvir uma sirene, deve entrar num espaço protegido e aí permanecer até nova ordem”, acrescentaram as IDF.

EUA avisou horas antes para “ataque iminente”

Horas depois de Israel ter entrado pelo Líbano por meios terrestres, os Estados Unidos garantiram esta terça-feira que o Irão está a preparar um “ataque iminente” contra Israel com mísseis balísticos.

Os EUA já tinham avisado Israel de que o ataque iria acontecer nas próximas 12 horas, disse um alto funcionário da Casa Branca à CNN.

A Casa Branca afirmou ter “indicações de que o Irão se prepara para lançar em breve um ataque com mísseis balísticos contra Israel”, em comunicado emitido esta terça-feira, e garantiu estar “a apoiar ativamente os preparativos defensivos para defender Israel contra este ataque.”

“Um ataque militar direto do Irão contra Israel terá consequências graves para o Irão”, garantiu ainda o mesmo responsável da Casa Branca.

As notícias surgem pouco depois de Israel ter dado início a uma incursão terrestre no sul do Líbano, no âmbito de uma campanha militar lançada há pouco mais de uma semana contra alvos do grupo xiita Hezbollah.

Os EUA preveem que o ataque do Irão contra Israel possa ser semelhante, em termos de escala, ao ataque de 13 de abril, que envolveu o lançamento de mais de 300 drones e mísseis contra solo israelita, dizem oficiais norte-americanos à CBS News.

Más notícias para Portugal?

O preço do barril de petróleo bruto começou a subir perante o aviso da Casa Branca.

A West Texas Intermediate (WTI), negociada nos EUA, subiu 3%, acima dos 70 dólares por barril; o petróleo bruto Brent, negociado em Londres e referência para as importações europeias, foi negociado acima de 73 dólares por barril — avança, também, cerca de 3%.

Durante praticamente todo o conflito no Médio Oriente, o mercado energético manteve-se calmo. O grande medo foi sempre uma escalada que levasse o Irão a bloquear o Estreito de Ormuz e as principais exportações de petróleo bruto do Golfo.

Este estreito, apesar de muito pequeno, é a única forma de os navios se deslocarem entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã. É a mais importante localização, uma vez que, ao controlar estes 48 quilómetros, controla-se praticamente o movimento do mundo inteiro.

“O mercado tem ignorado grandemente o conflito no Médio Oriente, ao longo do último mês, mas um confronto direito entre o Irão e Israel tem sempre o risco de provocar uma espiral“, disse o principal analista cambial da ForexLive, Adam Button, à agência Reuters.

Na Europa, esse receio irá certamente ser sentido: desde o escalar da guerra na Ucrânia que o continente está dependente do petróleo e de gás natural liquefeito que é transportado pelo Qatar — e que também passa por este importante estreito.

Os ataques israelitas aumentaram desde meados de setembro e mataram muitos dos principais líderes do Hezbollah, incluindo o seu secretário-geral, Hassan Nasrallah, que morreu na passada sexta-feira, na sequência de um atentado bombista em Beirute.

Tomás Guimarães, ZAP //

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1 Comment

  1. Agora os melindrosos filisteus dirão que tem o direito de se defender porque foram cobardemente atacados pelo Irã…. Coitadinhos…

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