Israel sob ataque do Irão. Ouviram-se explosões em Telavive e Jerusalém

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Atef Safadi / EPA

Ataque do Irão a Israel, a 13 de abril de 2024.

Todos os civis em abrigos. Cerca de 180 mísseis balísticos lançados em direção a solo israelita — e as sirenes do petróleo e GNL também já se fazem soar.

Soaram sirenes, ouviram-se explosões em Israel e foram lançados na tarde desta terça-feira cerca de 180 mísseis do Irão em direção a Israel.

Todos os civis foram encaminhados para abrigos anti-bomba com o aviso de que foguetes podiam cair em solo israelita a qualquer momento, alertaram as Forças de Defesa de Israel (IDF) em comunicado.

Ouviram-se explosões em Telavive e Jerusalém, revelaram testemunhas à agência Reuters. A Cúpula de Ferro foi intercetando os mísseis iranianos: as forças armadas israelitas afirmaram ter intercetado “um grande número” dos 180 mísseis balísticos lançados pelo Irão, mas que se registaram impactos “isolados” no centro e no sul de Israel. Já a Guarda Revolucionária do Irão diz que 90% dos mísseis atingiram o alvo pretendido.

Os primeiros mísseis demoraram apenas 15 minutos a atingir Israel, o que sugere que são mísseis balísticos, dizem os especialistas a acompanhar a situação.

Os Guardas Revolucionários do Irão confirmaram que o ataque foi motivado por vingança pelo assassinato de Hassan Nasrallah, mas também do brigadeiro-general Abbas Nilforoushan e do ex-líder do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh. E avisaram: se Israel retaliar, será alvo novamente.

Houve ainda relatos de dois tiroteios em Israel: um em Jaffa, outro em Telavive ambos “com vítimas”, de acordo com o The Jerusalem Post. Dois homens armados, cuja motivação terá sido mesmo espalhar “terror”, foram abatidos.

“Alerta máximo”. Base da Mossad evacuada e bases dos EUA ameaçadas

Do lado de Israel, esperava-se um ataque a três bases aéreas israelitas e outro ataque à base dos serviços secretos em Gillot, situada a norte de Telavive e evacuada. Também as bases dos EUA no Iraque foram ameaçadas pelas milícias pró-iranianas.

Estamos em alerta máximo, tanto na ofensiva como na defensiva”, garantiu o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) , Daniel Hagari.

O primeiro-ministro israelita também avisou que estão a chegar “dias de grandes desafios”.

“O que vos peço são duas coisas. Uma, que obedeçam rigorosamente às diretivas do Comando da Frente Interna. Isso salva vidas”, afirmou Benjamin Netanyahu em mensagem partilhada nas redes sociais: “E segundo, que se mantenham unidos”.

“Irão cometeu um erro grave esta noite e vai pagar o preço”, garantiu Netanyahu depois dos ataques.

EUA avisou horas antes para “ataque iminente”

Horas depois de Israel ter entrado pelo Líbano por meios terrestres, os Estados Unidos garantiram esta terça-feira que o Irão está a preparar um “ataque iminente” contra Israel com mísseis balísticos.

Os EUA já tinham avisado Israel de que o ataque iria acontecer nas próximas 12 horas, disse um alto funcionário da Casa Branca à CNN.

A Casa Branca afirmou ter “indicações de que o Irão se prepara para lançar em breve um ataque com mísseis balísticos contra Israel”, em comunicado emitido esta terça-feira, e garantiu estar “a apoiar ativamente os preparativos defensivos para defender Israel contra este ataque.”

“Um ataque militar direto do Irão contra Israel terá consequências graves para o Irão”, garantiu ainda o mesmo responsável da Casa Branca.

As notícias surgem pouco depois de Israel ter dado início a uma incursão terrestre no sul do Líbano, no âmbito de uma campanha militar lançada há pouco mais de uma semana contra alvos do grupo xiita Hezbollah.

Os EUA previam que o ataque do Irão contra Israel fosse ser semelhante, em termos de escala, ao ataque de 13 de abril, que envolveu o lançamento de mais de 300 drones e mísseis contra solo israelita, dizem oficiais norte-americanos à CBS News.

Más notícias para Portugal?

O preço do barril de petróleo bruto começou a subir perante o aviso da Casa Branca.

A West Texas Intermediate (WTI), negociada nos EUA, subiu 3%, acima dos 70 dólares por barril; o petróleo bruto Brent, negociado em Londres e referência para as importações europeias, foi negociado acima de 73 dólares por barril — avança, também, cerca de 3%.

Durante praticamente todo o conflito no Médio Oriente, o mercado energético manteve-se calmo. O grande medo foi sempre uma escalada que levasse o Irão a bloquear o Estreito de Ormuz e as principais exportações de petróleo bruto do Golfo.

Este estreito, apesar de muito pequeno, é a única forma de os navios se deslocarem entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã. É a mais importante localização, uma vez que, ao controlar estes 48 quilómetros, controla-se praticamente o movimento do mundo inteiro.

“O mercado tem ignorado grandemente o conflito no Médio Oriente, ao longo do último mês, mas um confronto direito entre o Irão e Israel tem sempre o risco de provocar uma espiral“, disse o principal analista cambial da ForexLive, Adam Button, à agência Reuters.

Na Europa, esse receio irá certamente ser sentido: desde o escalar da guerra na Ucrânia que o continente está dependente do petróleo e de gás natural liquefeito que é transportado pelo Qatar — e que também passa por este importante estreito.

Os ataques israelitas aumentaram desde meados de setembro e mataram muitos dos principais líderes do Hezbollah, incluindo o seu secretário-geral, Hassan Nasrallah, que morreu na passada sexta-feira, na sequência de um atentado bombista em Beirute.

Tomás Guimarães, ZAP //

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3 Comments

  1. Agora os melindrosos filisteus dirão que tem o direito de se defender porque foram cobardemente atacados pelo Irã…. Coitadinhos…

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  2. Terroristas bons são os terroristas mortos! No meu tempo queríamos que os bons ganhassem… Hoje em dia esses valores inverteram-se.

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  3. O irão governada pelos seus alucinados dirigentes está a ir de encontro ao planeado ou seja justificar uma invasão do seu território por Israel e EUA, e amanhã aparecerão com imagens de mulheres e crianças feridas dizendo que Israel e EUA são maus fazendo-se passar por vitimas. e na Europa aparecerão alucinados a defender o Irão.

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