A Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) Reclusa pretende abrir uma fábrica, para produzir malas e outros acessórios de luxo, no Estabelecimento Prisional de Tires, em Cascais.
Este projecto, que está ainda à espera do aval da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e de obter financiamento, é divulgado pelo Público que conta que o objectivo é “recuperar parte de um pavilhão que existe dentro do perímetro” da prisão, para aí passar a produzir as malas de luxo vendidas pela IPSS.
A IPSS nasceu das visitas de duas voluntárias à prisão que criaram a Reklusa para “reconstruir as vidas da população reclusa e ex-reclusa, através do apoio à sua reinserção e integração social e profissional“, como contam ao Público.
Começaram por colocar as reclusas a fazer sacos de pano, estofos de automóveis, entre outros artefactos, que eram vendidos dentro do grupo de amigos das voluntárias, com o lucro obtido a ser reinvestido no projecto.
Mas o sucesso da iniciativa, e a necessidade de manter vivo o projecto, levaram-nas a criar uma marca, rebaptizada simplesmente Reclusa, contando com o dinheiro angariado na plataforma de crowdfunding do Novo Banco.
Assim, conseguiram abrir uma loja-atelier em Novembro de 2013. E em 2017, apostaram no relançamento da marca, contratando a designer e artesã Filipa Brito e Abreu.
Parte do processo de produção das malas que custam entre 70 e 235 euros, é já feito na prisão de Tires, relata o Público. Mas o objectivo é passar para a prisão todo o processo de produção, colocando em operação uma fábrica dentro do estabelecimento de detenção.
“Será uma coisa pioneira. Desde que entram na prisão, as mulheres vão poder estar ligadas a um projecto que as vai ajudar quando saírem“, sustenta ao Público a jurista Madalena Mantas, voluntária que é responsável pela comunicação e pelo marketing.
A IPSS tem ajudado diversas ex-reclusas a integrarem-se no mercado profissional e pretende reforçar esse posicionamento futuramente. Actualmente, uma das responsáveis da IPSS pelas vendas directas e pelo trabalho administrativo é a ex-reclusa Liliana Rodrigues, de 38 anos.
A ideia é – pelo menos – “romântica” e até pode ser socialmente válida.
Mas CUIDADO com o investimento, também porque o projecto “mete” malas e certamente bolsas !…
Mais um negócio de escravas
Também me parece.