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Pontapés, murros e chicoteamento. Mais 4 instrutores dos Comandos acusados de agressões

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António Cotrim / Lusa

Mais quatro instrutores dos Comandos foram acusados de abuso de autoridade por ofensas à integridade física. Os dois sargentos e dois cabos estão no total acusados de 14 crimes de abusos de autoridade por ofensas à integridade física.

A procuradora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Josefina Escolástica Fernandes não teve dúvidas em concluir que houve dolo nas agressões a sete instruendos por parte dos seus formadores e superiores hierárquicos, avança o jornal Público.

Os relatos incluem pontapés, murros, chapadas e chicoteamento com uma silva, entre outras ofensas.

A intenção dos instrutores era “fazer sofrer as suas vítimas”, escreveu a procuradora no despacho de acusação. Assim, a magistrada concluiu que os instrutores dos Comandos “quiseram molestar fisicamente os ofendidos bem sabendo que o seu comportamento era de molde a causar sofrimento extremo e sequelas irreversíveis e incapacitantes do normal uso do corpo”.

Um recruta relatou ao Ministério Público que levou do instrutor uma chapada no ouvido direito que lhe perfurou o tímpano, não tendo recebido qualquer tipo de assistência médica.

Este instrutor, “por diversas vezes e sem motivo que o justificasse, bateu com a cabeça dos instruendos no solo até que houvesse sangue”, lê-se ainda no despacho. O instruendo ficou com um desvio permanente da cana do nariz e múltiplas cicatrizes no corpo.

Um outro instruendo testemunhou ter sido chicoteado com uma silva. Foi ainda atirado para o chão e agredido com vários pontapés.

Outro formando relatou que um instrutor “colocou-lhe uma presilha à volta do pescoço fazendo força física, dificultando a respiração do ofendido que acabou por desmaiar”.

Os 19 militares do Curso 127 — no qual morreram Hugo Abreu e Dylan da Silva — continuam a ser julgados desde 2018 no Campus da Justiça em Lisboa. Também aqui, a juíza de instrução criminal declarou que todos terão agido com dolo neste curso.

Daniel Costa, ZAP //

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9 Comments

  1. Será que estas pessoas ainda não meteram na cabeça que os comandos TÊM de ter treinos brutais? E depois colocam juizes civis a julgar atos militares. Quem vai para os comandos sabe que vai ter a vida dura. É preciso que eles (e elas!) passem por vários tormentos para que estejam preparados para os enfrentar na vida real! Quem não quer “levar no corpo” não vai para os comandos.

    Qualquer dia vamos ter jakuzi e sauna para eles e elas…

    Mas melhor era acabar com as forças armadas de vez, que nada servem! Ah! servem sim senhor! Servem para ter despesas! Serve para gastar que dinheiro que é mais importante noutras áreas que realmente interessam!

    Deixem-se de tretas!

    • Os comandos têm de apanhar pancada para ficarem rijos? Talvez, até certo ponto faça parte do treino, mas também há outras formar de enrijecer, só quem não sabe dar o treino é que tem de espancar os instruendos para depois selecionar os que sobrevivem. Matar os instruendos e causar-lhes danos irreversíveis de pouco serve…

      • Matar instruendos é o extremo e, claro que não é o objetivo. Para quê treinar pessoal se o pessoal acaba por não sobreviver? O treino tem de ser brutal exatamente para ficarem “rijos” como diz. Fala em danos irreversíveis. Eu “digo-lhe”: Talvez. Mas pergunto-lhe. Eles foram obrigados a ir? Não! Foram porque quiseram. Agora aguentem-se á bronca! É duro? Não aguentam? Então não vão para os comandos! Simples! Era aí que queria chegar. Foi pena não ter “visto” isso…

        • O treino tem que ser brutal, até aí tudo bem, mas isso não implica levarem porrada de meia noite. Têm é que ser submetidos a duríssimas provas de resistência, que os levem ao extremo física e psicologicamente, e quem não aguentar chumba. Não é preciso dar porrada a ninguém.

          • “Têm é que ser submetidos a duríssimas provas de resistência, que os levem ao extremo física e psicologicamente, e quem não aguentar chumba. Não é preciso dar porrada a ninguém.” “Não é preciso dar porrada a ninguém”? Então diga-me lá como se faz isso? Já agora… Sabe que, no teatro de guerra, ninguém vai respeitar os direitos dos comndos, sabia? Vai-lhes dar “porrada de meia noite”!

        • Quando ao comentário “Não aguentam? Então não vão para os comandos!”, isso não faz qualquer sentido. Como é que sabem que não aguentam se não tentarem primeiro? A questão é que eles estão a levar porrada por não aguentarem o treino. Isto é estúpido. Se não aguentam devem simplesmente ser reprovados.

          • ““Não aguentam? Então não vão para os comandos!”, isso não faz qualquer sentido.” Não faz sentido? Então diga-me lá quantos casos brutais foram reportados pela comunicação social? Quem vai para lá TEM de saber para onde vai, a menos que ande a dormir. Qualquer pessoas, minimamente atenta á sociedade, sabe que é extremamente duro, então porque raio se vai para lá? Masoquismo? é… Tem razão. “não faz qualquer sentido”…

    • “…para que estejam preparados para os enfrentar na vida real!…”

      Em que mundo é que vives?!! É que depois… quando há guerra vai o povo todo, tenha ou não tido treino adequado. E geralmente muitos militares de carreira nem vão.

      • Pois… E depois sou eu que ando “muito a leste de tudo”. Os comandos são usados para operações especiais, sabia? Geralmente não são usados para guerras convencionais, sabia? Em que mundo é que vive, pergunto eu!

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