A líder do PAN, Inês Sousa Real, admite levar a tribunal “jornalistas e comentadeiros” por “afirmações absolutamente difamatórias” feitas nas redes sociais.
Inês Sousa Real deu uma entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF na qual admitiu levar a tribunal quem usou as redes sociais para fazer “afirmações absolutamente difamatórias” sobre a polémica em torno das suas ligações a negócios no setor agrícola.
“Não cometi nenhuma ilegalidade, não fiz nada de errado, não fiz nada que fosse contraditório aos princípios do partido”, disse Inês Sousa Real durante a entrevista, na qual considerou ser vítima de uma “tentativa de assassinato político”.
“A transparência não é exigida apenas aos deputados, deve ser exigida a todos os setores da sociedade. Também a jornalistas ou a comentadeiros que vêm para as redes sociais atirar afirmações absolutamente difamatórias, pelas quais terão de responder em sede própria, que vai ser em tribunal”, atirou a deputada.
Questionada sobre se pretende processar as pessoas que falaram do caso, Inês Sousa Real disse já ter dado toda a informação necessária à sua representante legal.
Entre outras acusações, a líder lamenta ter sido acusada de recorrer a “mão-de-obra escrava”. “Isso eu não aceito de forma nenhuma.”
Estando em causa duas empresas de produção de mirtilos e framboesas nas quais Sousa Real era sócia, a líder do PAN foi acusada nas últimas semanas de utilizar práticas contrárias às que o partido defende, nomeadamente estufas e agricultura intensiva.
A deputada sempre refutou as acusações, argumentando que a exploração é de pequena dimensão, a produção é biológica e que são usados túneis.
Já sobre se poderá sair fragilizada com a polémica, a porta-voz do PAN garante ter “condições para continuar” a liderar o partido.
“Há aqui uma grande telenovela, que mais não visa do que difamar o PAN e a sua porta-voz, quando a este tempo o que devíamos estar todos preocupados é perceber o que é que os vários partidos têm para oferecer ao país”, salientou a dirigente.
Inês Sousa Real omitiu ao Tribunal Constitucional (TC) que detinha, por via do marido, com quem é casada em comunhão de bens adquiridos, uma empresa de mediação imobiliária com sede em Oeiras, na mesma morada de uma das empresas de exploração agrícola.