A Polícia Judiciária está, na manhã desta quinta-feira, a fazer novas buscas no INEM e em empresas que vendem equipamentos para ambulâncias. O ex-presidente Paulo Campos foi constituído arguido.
Segundo a RTP3, desta vez as autoridades estarão a recolher documentação sobre ajustes diretos feitos por um antigo diretor do Gabinete de Logística e Operações, suspeito de ter passado informação sobre os concursos e necessidades do instituto à empresa Futurvida.
As buscas estão a decorrer por todo o país, nomeadamente em Lisboa, no Porto e em Vila Nova de Gaia, e também incluem vistoria às residências de vários suspeitos.
Paulo Campos, ex-presidente que abandonou o cargo devido à polémica do uso indevido de helicópteros, é um dos alvos desta investigação.
De acordo com o Diário de Notícias, que cita fonte ligada ao processo, o ex-presidente foi constituído arguido por suspeitas de corrupção.
A Procuradoria-geral da República divulgou que as várias buscas decorrem “no âmbito de um inquérito em que se recolhem indícios da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio e abuso de poder”.
“A investigação visa a atuação do responsável principal desse instituto, por factos indiciariamente praticados no exercício das suas funções públicas e com violação dos deveres inerentes”, informa a PGR.
A operação está a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ, é dirigida e tem a participação de magistrados do Ministério Público da 9ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
Esta é a segunda vez esta semana que o INEM é alvo de buscas por parte da PJ. Na terça-feira, as investigações ocorreram no âmbito do caso sobre o negócio do plasma, por alegadas suspeitas de corrupção com a empresa de produtos farmacêuticos Octapharma.
Na sequência da “Operação O-” foi detido o ex-presidente do INEM e da ARS Lisboa, Cunha Ribeiro, dois advogados e uma representante, à data dos factos, da Associação Portuguesa de Hemofilia.
Esta manhã, soube-se que o presidente da empresa farmacêutica, Paulo Lalanda de Castro, foi detido na Alemanha, um dia depois de ter apresentado a demissão como responsável da farmacêutica.
ZAP / Lusa