Em 2017, o INEM demorou em média 36 segundos a atender chamadas de emergência, o dobro do tempo de resposta do ano anterior (18 segundos).
No ano passado, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) demorou 36 segundos, em média, a atender chamadas de socorro. Este número corresponde ao dobro do tempo de resposta de 2016, ano em que já se tinha verificado um agravamento deste indicador, avança esta quarta-feira o Público.
Em 2016, os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM demoraram, em média, 18 segundos a atender chamadas de socorro, enquanto que no ano passado tempo de reposta aumentou para mais de meio minuto.
Este agravamento da demora deve-se, sobretudo, à falta de profissionais e aos picos de procura. Este agravamento “está relacionado com o conhecido défice de recursos humanos”, explica o INEM.
No entanto, o instituto adianta que este acréscimo “da ordem de segundos” não se reflete significativamente “nos tempos globais de resposta às emergências médicas”, isto porque “logo que é recolhida informação que justifique o envio de meios, o que acontece na fase inicial da chamada, estes são imediatamente acionados”.
Luís Meira, presidente do INEM, adianta ao jornal que, neste momento, faltam “cerca de 350” profissionais no instituto. Apesar disso, o presidente desdramatiza este agravamento, afirmando que o que está aqui em causa “são segundos”, enfatizando que o que mais o preocupa são “os tempos para o socorro”.
No ano passado, Luís Meira foi ouvido no parlamento, devido aos elevados tempos de espera em determinadas alturas no ano. Na altura, o presidente reconheceu que a falta de recursos humanos e o aumento do volume de chamadas comprometiam “pontualmente” os tempos de resposta, garantindo, porém, que a qualidade não estava em causa.
O Ministério da Saúde avançou, em janeiro de 2017, com a criação de um grupo de trabalho com o objetivo de reestruturar o funcionamento dos CODU. No entanto, as 14 recomendações deste grupo de trabalho ainda não foram postas e prática.
Contratação de 100 profissionais ainda em curso
O grupo de trabalho acentuou a necessidade de contratação célere, um processo que ainda não está concluído. O procedimento para o recrutamento de 100 trabalhadores para os CODU e meios de emergência pré-hospitalar está ainda em curso.
Esta contratação, adianta o mesmo jornal, só deverá acontecer em maio e, depois, os profissionais terão ainda de fazer uma formação de seis meses, pelo que só deverão exercer funções no final do ano.
Entretanto, a resposta tem sido assegurada graças ao esforços dos trabalhadores que fazem horas extraordinárias, diz Pedro Moreira, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
Mas este problema não é de agora. No final de 2017, havia 927 técnicos de emergência pré-hospitalar quando, na realidade, deveria haver 1264, segundo o relatório anual da atividade dos CODU.