Tiago Petinga / Lusa

Para responder aos atrasos da Gulf Med Aviation na concessão de helicópteros, o Estado fez um ajuste direto precisamente com esta mesma empresa. Este ajuste direto está ainda a ser usado para não serem cobradas as penalidades de 730 mil euros por dia definidas no concurso público inicial.
Perante a ausência de helicópteros de emergência médica operacionais devido a atrasos da Gulf Med Aviation, a empresa vencedora do concurso público, o Estado avançou com um ajuste direto de 4 milhões de euros para assegurar meios durante o período de transição. Surpreendentemente, a adjudicação foi feita precisamente à Gulf Med Aviation, a mesma empresa que causou o problema ao não cumprir a entrega dos meios aéreos no prazo estipulado.
A Gulf Med Aviation, concessionada por 77 milhões de euros para garantir o serviço de emergência médica aérea, esteve também no centro de um escândalo de corrupção em Malta. A empresa esteve associada à gestão privada de hospitais malteses através de contratos com a Vitals Global Healthcare e, mais tarde, com a Steward Health Care: duas empresas envolvidas no desvio de milhões de euros em fundos públicos para despesas pessoais e de luxo. A Gulf Med operava, em parceria com estas empresas, o serviço de helicóptero ambulância, refere a Sábado.
Há também uma grande disparidade de custos nos contratos celebrados pelo Estado português com a empresa em comparação com outros países. Na Irlanda, a Gulf Med fornece dois helicópteros por um milhão de euros anuais, enquanto Portugal pagará 15,5 milhões por quatro aeronaves, 15 vezes mais por apenas o dobro dos meios.
Segundo as condições contratuais, os helicópteros deveriam estar operacionais desde 1 de julho e disponíveis para uso 24 horas por dia. No entanto, apenas dois estavam prontos no início do mês e estão disponíveis apenas 12 horas diários, sendo que um deles é de um modelo mais barato do que o acordado.
A Força Aérea teve de intervir para colmatar estas falhas, disponibilizando um helicóptero extra devido a atrasos na formação de pilotos, uma situação ainda mais intrigante dada a ligação da representante da Gulf Med em Portugal, Raquel Rodrigues, à Una Aviation, empresa especializada em formação aeronáutica.
De acordo com a TVI, o contrato estipulava ainda sanções de 732 mil euros por dia caso houvesse falhas ou atrasos no arranque das operações. No entanto, com este novo ajuste direto, a cobrança dessas multas não está a ser feita.
A Gesticopter, empresa portuguesa que perdeu o concurso público para a Gulf Med, já fez saber que vai fazer queixa ao Tribunal de Contas para obrigar os responsáveis do INEM a ressarcer pessoalmente o Estado pelas penalidades que não estão a ser cobradas — no total, o valor já ultrapassa os 7,3 milhões de euros. A empresa vai ainda fazer queixa ao Procurador-Geral da República e à Comissão Europeia por suspeitas de favorecimento.
É só roubalheira! Se não fosse a imprensa esta merda toda passava ao largo e ninguém sabia de nada.
Eu só me pergunto qual a solução e não vejo resposta.
Portanto, ajuste direto à mesma empresa que atrasou tudo!!! Mas agora já têm tudo?
O que é engraçado é que precisam de dar formação aos pilotos… mas é sempre preciso dar formação aos mesmos pilotos??? Ou têm assim tantos novos pilotos? A formação não deveria ser valida por mais tempo? E não podem formar ao longo do tempo e terem pilotos formados quer precisem ou não no imediato?
Hipótese A)
Não sabem fazer concursos por exemplo em 2025 para 2027? Depois em 2026 para 2028? e sempre assim? em vez de terem apenas 6 meses??
Hipótese B)
Porque o concurso também não se faz para períodos de 2 anos? em vez de ser anual? para assim terem tempo para preparar o próximo?
Qual terá sido a justificação e o critério para este ajuste directo? O Governo liderado pelo Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, permitiu esta situação, será por colaboração moral? Por onde anda a Polícia Judiciária e o Ministério Público?
Se forem puxar o fio à meada ainda vão descobrir que a culpa é do Socas ou do primo ou do amigo…
Corrupção e Vigarices en roda livre ! …………..Nada muda en Portugal !