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Indonésia põe fim aos “testes de virgindade” às mulheres que entram para o exército

O Exército da Indonésia acabou com os “testes de virgindade” às recrutas femininas, anunciou esta quinta-feira o chefe do Estado-Maior, Andika Perkasa, depois de várias Organizações Não Governamentais (ONG’s) apelaram ao fim da prática.

Os testes eram realizados desde 1965, apesar de sempre terem sido alvo de críticas por parte da comunidade internacional. Durante vários anos, a prática esteve ativa como pré-requisito para que as mulheres pudessem ingressar na Marinha ou na Força Aérea do país.

O procedimento invasivo é conhecido na Indonésia como “o teste dos dois dedos”, no qual os médicos inseriam os dedos na vagina da potencial recruta para avaliar se o seu hímen ainda estaria intacto.

Anteriormente, os militares defendiam a prática, classificando-a como essencial para determinar a moralidade de uma recruta. Assim, se as jovens fossem declaradas “não virgens” seriam excluídas do processo recrutamento.

Agora, as regras mudaram. “Antigamente fazia parte da avaliação, mas já não fazemos mais isso. O Exército sempre a tentar aprender e melhorar”, referiu Andika Perkasa aos repórteres, citado pelo Vice.

O chefe do Estado-Maior sublinhou ainda que a partir de agora os processos de seleção para homens e mulheres devem ser iguais.

Esta decisão surge depois de vários médicos terem alertado, ao longo das últimas décadas, que os testes de virgindade não tinham qualquer base científica.

Também em 2018, a Organização Mundial da Saúde pediu a eliminação desses testes, tendo em conta que estas eram uma clara “violação dos direitos humanos de meninas e mulheres”.

Num relatório que celebra a decisão tomada na Indonésia, o investigador Andreas Harsono, da Human Rights Watch, de Jacarta, escreveu que o exército “estava a fazer a coisa certa” ao pôr fim aos testes “abusivos, não científicos e discriminatórios”.

“Agora é responsabilidade dos comandantes territoriais é seguir as ordens e reconhecer a natureza não científica e abusiva dessa prática”, destacou.

ZAP //

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