“Acho que devemos celebrar”, comentou o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais. Meteorologia e gestão essenciais.
O ano de 2023 foi o primeiro de sempre sem vítimas mortais na sequência de incêndios florestais e de queimadas, destacou hoje a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).
Em 2021 o número de vítimas mortais caiu para seis (quatro devido a queimadas) e em 2022 para quatro.
O presidente da AGIF destacou também a diminuição dos incêndios nos meses de verão e a redução da área ardida, que foi de 34.419 hectares até 15 de outubro, o quarto valor mais reduzido desde 2000.
Tiago Oliveira explicou que as condições meteorológicas não foram tão severas como em 2018 e 2022, mas também houve uma maior “capacidade de gestão do dispositivo“.
Este ano deflagraram 7.635 incêndios rurais, menos 26% do que em 2022, que consumiram 34.419 hectares, uma redução de 69% em relação a 2022.
“Nos últimos seis anos conseguiu-se reduzir para um terço a área ardida e reduzir para metade o número de incêndios“, disse, sustentando que “o ano 2023 confirma as tendências que se foram observando” nos últimos seis anos, o que justificou com o investimento na prevenção.
O presidente da AGIF referiu que Portugal tem “uma estratégia, planeamento e uma programação conjunta a vários níveis”, designadamente nacional, regional e sub-regional, além de uma monitorização trimestral.
“Os comportamentos dos portugueses, seja na gestão do combustível à volta das casas, seja também como a redução do número de incêndios em pleno verão, demonstra que as pessoas se aperceberam do risco que implica usar o fogo em dias difíceis”, disse.
O responsável disse ainda que o resultado se deve a um conjunto de entidades, nomeadamente aos municípios, freguesias e operacionais, que “se esforçaram para que o principal objetivo fosse conseguido”, tendo-se apenas registado este ano dois grandes incêndios com mais de mil hectares, quando a média nos últimos anos era de sete fogos.
Na conferência de imprensa, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte Costa, disse também que o sucesso se deve aos portugueses, bem como ao maior número de meios de combate, mais capacidade de formação, criação das equipas multidisciplinares e constante aposta da profissionalização dos bombeiros voluntários.
A AGIF traçou ainda os objetivos para 2024, que passam por reforçar estímulos para proprietários e associações, assegurar a qualidade de decisão e a capacidade de gestão no uso eficiente e eficaz dos recursos, rever processos para melhorar o desempenho do sistema, mobilizar as entidades para a execução dos projetos previstos no âmbito nacional, regional e sub-regional, recuperar as áreas ardidas e aumentar área com silvicultura, pastorícia extensiva e a área tratada com fogo controlado.
// Lusa