IL vai aproveitar uma vantagem em relação a Luís Montenegro

José Sena Goulão / LUSA

Rui Rocha ao lado de Mariana Leitão (IL) em debate no Parlamento

Liberais podem votar contra Orçamento. Mas Montenegro pode precisar em breve de um entendimento com a IL.

Depois das eleições legislativas de Março, havia a possibilidade de a Iniciativa Liberal integrar o Governo – mas isso não aconteceu.

A coligação pós-eleitoral (que mesmo assim não daria maioria absoluta à Aliança Democrática) não foi concretizada porque não houve “aproximação suficiente”, justificou na altura Rui Rocha.

Não houve acordo mas, em breve, numas próximas eleições, a AD poderá precisar da IL para uma maioria absoluta, caso os resultados nas urnas o justifiquem.

Por isso, o Governo “devia ter atenção com a Iniciativa Liberal”, avisou Luís Marques Mendes na SIC.

O Orçamento do Estado vai ser um teste a essa relação. Os liberais sabem que podem votar contra, porque não deve fazer diferença no resultado final, já que só têm 8 deputados.

Mas têm uma vantagem em relação a Luís Montenegro: sabem que o primeiro-ministro está à espera de um sinal de político (traduzindo: de apoio) por parte dos liberais, assinala o jornal Observador.

No entanto, do interior da IL surge um aviso: “Se for um Orçamento da AD que se possa confundir com um Orçamento do PS, só focado na redistribuição da pouca riqueza que existe em Portugal e não na sua criação, então não pode ter o nosso apoio”.

O alerta é claro: se as medidas que surgirem no documento “cheirarem” a socialismo, a IL vai votar contra.

E há algo que distancia a IL dos dois maiores partidos da oposição: PS e Chega devem querer evitar eleições, os liberais não. O “medo de eleições” não vai determinar a postura sobre o Orçamento do Estado.

A prioridade é a redução do IRS para os jovens até aos 35 anos. A IL quer um “IRS Jovem” que não seja só para jovem, que seja alargado a mais portugueses, mesmo que de forma progressiva. “Será muito difícil para a IL aprovar um Orçamento que discrimina por idade na descida do IRS”.

Ainda dentro do ponto central, os impostos, os liberais também querem uma redução imediata do IRC para 15%. Mas não parece haver abertura por parte do Governo.

Outra exigência é o peso do Estado na economia: “Estamos muito preocupados com o peso do Estado. Não vemos nenhuma evidência que reduzir o peso do Estado seja uma preocupação do Governo e pretendemos ver também medidas do lado da despesa”, indica fonte liberal.

“Vai ser um jogo de nervos até ao final”, resumiu uma fonte do partido.

ZAP //

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