IL sonha com 3.º lugar à frente de “extremistas de várias cores” (e recusa Governo com o Chega)

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Manuel de Almeida / Lusa

João Cotrim de Figueiredo, presidente recandidato da Iniciativa Liberal

Numa arruada noturna por Lisboa, que começou no Cais do Sodré e terminou em Santos, o presidente da Iniciativa Liberal (IL) deu a sua palavra, quando interpelado por jovens, em como não integrará um governo com o Chega.

“Tens a minha palavra. Podes ter a certeza de que a IL não vai fazer parte de uma solução governativa com o Chega”, garantiu João Cotrim de Figueiredo, na sexta-feira à noite, a Diogo, de 19 anos, que o questionou sobre o que tencionava fazer após 30 de janeiro.

Dizendo não querer “de todo” o Chega no poder, Diogo assumiu, perante o liberal, que estava a pensar votar no PS porque era maneira de afastar o partido liderado por André Ventura.

Na resposta, Cotrim de Figueiredo tranquilizou-o e pediu-lhe, até, para espalhar pelos amigos de que a IL “só tem uma palavra” e, portanto, “faz o que diz e diz o que faz”.

A questão não ficou por aqui com um outro jovem, com amigos numa esplanada, que no momento em que passava a comitiva partidária quis saber como é que o partido liberal tencionava formar governo sem a formação de Ventura.

“Como pretende ter maioria ou formar governo sem o Chega?”, indagou.

Insistindo que já disse “20 vezes” que não contará com o Chega, Cotrim de Figueiredo ressalvou que, na sua aritmética, só entra a IL e o PSD e, caso tenha votação suficiente, também o CDS-PP.

“Nem PS, nem PCP, nem BE, nem Chega”, sublinhou, acrescentando que o que aconteceu nos Açores, onde os deputados do Chega e da IL asseguraram a maioria necessária para aprovar o programa de Governo e o Orçamento local, não se vai repetir.

Além de reafirmar que não fará acordos com o Chega, Cotrim de Figueiredo aproveitou para explicar, logo no arranque daquela que foi a primeira arruada da IL para as legislativas, que a cruz no boletim de voto é para colocar na IL e não na opção “encarnada”, numa alusão ao PS.

Enquanto caminhava, rodeado sobretudo de jovens que iam gritando “liberal”, Cotrim de Figueiredo, perante uma fila de trânsito, afirmou que o país, tal como a rua naquela ocasião, está parado, precisando de crescer e, isso, “só com a IL”.

À medida que seguia pelo Cais de Sodré até Santos e abordado por uma senhora, com idade diferente dos que o acompanhavam, confidenciou com um sorriso que as coisas “já estiveram a correr pior” para a IL.

Entre ‘selfies’, o presidente da IL gravou ainda vídeos para a mãe e cunhada do Daniel, a pedido deste, onde além do voto pediu para estas convencerem as amigas.

“Olá, já sei que vão votar na IL, obrigada por isso e, já agora, convençam as suas amigas”, ressalvou.

Também ouviu relatos de quem tem de emigrar no final de concluir o ensino superior, por Portugal não oferecer condições, situação para qual, quase diariamente, Cotrim de Figueiredo tem alertado.

A mais recente sondagem da Católica para o Público, RTP e Antena 1 revela que o Chega surge como terceira força política, com 6% das intenções de voto. Já o Bloco de Esquerda desce – de 6% para 5% – e perde o terceiro lugar do pódio, estando agora empatado com a CDU e a Iniciativa Liberal.

“Estamos preparados para assumir as responsabilidades que forem necessárias mas também já disse que não é minha preocupação os cargos. E também não costumo comentar sondagens porque as variações estão todas dentro das margens de erro”, disse Cotrim Figueiredo, citado pelo Observador.

“O único comentário que faço, porque confesso porque me diverte um pouco, é ver que afinal há um conjunto de partidos a lutar pelo terceiro lugar bastante maior do que o que se achava”, acrescentou.

Para o líder da Iniciativa Liberal “seria um boa surpresa” ficar no terceiro lugar em vez dos “extremistas das várias cores e dos vários quadrantes”.

Para estas eleições legislativas, os liberais têm como objetivo obter pelo menos 4,5% dos votos e conseguir eleger cinco deputados.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Ganhe as eleições quem ganhar, de uma coisa podemos ter a certeza, não vai ganhar quem serve o Portugal, não vai ser uma avaliação dos Portugueses, irá ser o escolhido pelos canais de televisão, que por incrível que pareça, nos faz a cabeça.
    Independentemente da cor politica de cada um, e do prazer ou repulsa que tenhamos de ouvir este homem, há uma Grande conclusão que todos teremos de tirar, quer para quem goste quer para quem não goste, porque se hoje serve a uns, amanha serve a outros, e a conclusão é clara, porque em vésperas de eleições a TVI se lembrou da entrevista ao Sócrates, e a que pretexto, que se passou de novo, assim como outros atos políticos da TVI e OUTRAS TELEVISOES, porque razão o Sócrates aceitou, com que motivação, e agora pergunto, será que os Portugueses aceitam que sejam as redes de comunicação social, as televisões a orientar o sentido de voto, seremos um joguete nas rédeas dos canais de televisão? aceitamos que sejam as redes de televisão a fazer as nossas cabeças ? vesse tanta gente preocupada em a vacina do covid as poder controlar e motorizar, e as televisões fazem do povo o que quer, e ninguém se importa de ser um joguete nas mãos da comunicação social.

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