Uma pintura de Picasso e uma obra de Mondrian foram recuperadas esta segunda-feira pela polícia grega, numa operação que decorreu na região de Atenas. A ministra da Cultura do país mostrou satisfação particular pelo regresso da obra do pintor catalão, dedicada ao povo grego.
Uma pintura cubista de Picasso — um óleo intitulado “Cabeça de mulher”, datado de 1939 — e uma obra de Mondrian — o “Moinho”, de 1905, que representa uma paisagem — foram recuperadas esta segunda-feira pela polícia grega, numa operação que decorreu na região rural de Ketarea, a cerca de 45 quilómetros a sudeste de Atenas.
No que concerne à obra de Picasso, esta foi oferecida à Grécia pelo artista, dez anos depois da sua conclusão, como reconhecimento pela resistência ao regime nazi. No seu verso, pode ser lida a inscrição “Para o povo grego, uma homenagem de Picasso”.
Aos jornalistas, a ministra da cultura grega, Lina Mendoni, disse tratar-se de “um dia muito especial, de alegria e emoção”. Segundo a mesma, a dedicatória endereçada ao povo grego pelo artista catalão foi essencial para impedir a venda da pintura.
“Esta pintura é de uma importância particular e sentimental para o povo grego, uma vez que foi pessoalmente dedicada pelo grande pintor ao povo grego pela sua luta contra o fascismo e as forças nazis”, acrescentou Lina Mendoni, citada pelo Público.
As duas obras de arte haviam sido roubadas em 2012 da Galeria Nacional de Atenas, juntamente com um desenho sobre papel do artista italiano Guglielmo Caccia di ll Moncalvo (1568-1625), o qual representava o “êxtase de um santo”, avança o Expresso que cita a agência de notícias grega ANA.
O assalto, avançaram as autoridades, terá durado apenas sete minutos e foi realizado por dois indivíduos, expondo, assim, as fragilidades de de um edifício que, veio mais tarde a saber-se, não tinha a sua segurança renovada desde 2000.
Muitas das áreas interiores ficavam fora do alcance das câmaras de vigilância e alguns dos alarmes encontravam-se avariados.
Para despistar os guardas da Galeria, os assaltantes “brincaram” durante alguns minutos com uma porta que conseguiram destrancar na noite do assalto, disparando o alarme (posteriormente desligado pelo segurança) sem entrar no edifício. Mais tarde, durante a madrugada, entraram finalmente no edifício para consumar o roubo.
De acordo com as declarações do segurança que se encontrava de serviço, os ladrões terão ainda deixado uma outra obra de Mondrian para trás durante a fuga.
Para além da recuperação das obras, a operação policial terminou também com um detido.
Pablo Picasso não era catalão mas sim andaluz – nasceu em Málaga.